Maysa Vilela
O filme ‘Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola‘, lançado em 2017 e baseado em um livro do humorista Danilo Gentili, entrou para o catálogo da Netflix recentemente e, desde então, tem gerado muita polêmica.
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A questão foi uma cena específica do longa voltado ao público adolescente que revoltou alguns políticos e internautas que consideraram que o filme faz “apologia à pedofilia”.
A polêmica levou o Ministério da Justiça a suspender sua exibição imediatamente na manhã da última terça-feira (15). A plataforma de streaming ou emissora que descumprisse a decisão poderia ter de pagar uma multa diária de R$ 50 mil.
Contudo, muitas pessoas protestaram alegando que a suspensão representava censura. Um grande grupo de artistas também se manifestou defendendo a liberdade de expressão.
Diante disso, o Ministério da Justiça voltou atrás e decidiu permitir a exibição do filme de Danilo Gentili – mas com algumas condições.
Primeiramente, mudar a classificação indicativa do filme ‘Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola’ de 14 para 18 anos, já que a obra apresenta “conteúdo com tendências de coação sexual ou estupro, ato de pedofilia, e situação sexual complexa”.
Além disso, o texto prevê também que o filme seja transmitido na televisão somente após as 23h.
A decisão foi assinada pelo secretário José Vicente Santini e divulgada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (16).
Veja uma imagem de divulgação do filme:
‘Filme vilaniza a pedofilia’, defende-se Danilo Gentili
Danilo Gentili, que antes só havia comentado o assunto com sarcasmo e ironia, decidiu falar sério. Ele concedeu uma entrevista ao programa ‘Morning Show’, da TV Jovem Pan, na terça-feira (15), e se defendeu das acusações sobre a suposta cena de pedofilia.
“O âmago desse filme e desse livro tá nesse trecho: ‘O pior aluno da escola é aquele que não repete o que todo mundo faz só porque é modinha nem acredita em qualquer caga regra só porque ele é uma autoridade, líder ou professor’”, começou.
“Então, o que permeia o livro é ‘Por que devo obedecer?’. Então essa cena (sobre a pedofilia) é exatamente sobre isso, uma pessoa que se apresenta como uma autoridade, pedindo coisas abjetas e absurdas para os alunos que não obedecem. Então, em momento algum, o filme faz uma apologia à pedofilia, o filme vilaniza a pedofilia“, explicou o humorista.
Ele alegou, ainda, o fato de o filme ter sido bastante aplaudido na época do lançamento e da classificação indicativa de 14 anos ter sido definida pelos profissionais competentes para isso.
“O filme tem classificação indicativa de 14 anos porque as pessoas competentes não assistiram uma cena cortada de 16 segundos e sim um filme de 1h30. Inclusive, eles elogiaram o filme, falaram que passa uma mensagem legal“, afirmou.
A cena polêmica
Em ‘Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola‘, Fabio Porchat interpreta Cristiano, um homem com sérios desvios sexuais que é dono do caderno que o ex-colega (interpretado por Danilo Gentili) roubou na escola para escrever o guia de “pior aluno” que depois foi encontrado pelos protagonistas Pedro (Daniel Pimentel) e Bernardo (Bruno Munhoz).
A cena que causou toda a polêmica mostra o personagem de Porchat propondo para os dois adolescentes que eles o masturbem: “vocês batem uma p*nheta pro tio”.
O filme mostra indiretamente Porchat pegando a mão da criança e colocando em seu órgão genital.
Veja a cena no vídeo abaixo:
#A_ILHA_DA_PEDOFILIA
NETFLIX E A PEDOFILIA pic.twitter.com/ef6n6avSFM— #JairBolsonaro22 (@_LuxAjuda) March 13, 2022
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Danilo Gentili e Fábio Porchat são acusados de pedofilia por causa de filme de 2017
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