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Briga generalizada em jogo de futebol termina com 174 mortos na Indonésia

Mais de 300 torcedores ficaram feridos durante a confusão e 32 crianças morreram

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Uma tragédia sem precedentes aconteceu após uma partida de futebol na Indonésia na noite do último sábado (1º).

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174 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em meio a uma briga generalizada no Estádio Kanjuruhan, em Malang, cidade de 890 mil habitantes na Indonésia.

A tradicional rivalidade entre os times de futebol no país é grande e, após um clássico entre os times Arema e Persebaya, a confusão fatal aconteceu.

Os torcedores do Arema FC não se conformaram com a derrota e invadiram o gramado do Estádio Karnjurhan. A equipe perdeu por 3 a 2 para o Persebaya Surabaya. Essa foi a primeira derrota para o arquirrival em mais de 20 anos.

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Cerca de 3 mil pessoas invadiram o campo para protestar contra jogadores e funcionários do clube. A polícia interveio com muita violência e gás lacrimogêneo na tentativa de fazer com que as pessoas voltassem para as arquibancadas.

Os torcedores começaram a se dispersar e correr desesperadamente. Nesse momento, muitas pessoas foram pisoteadas até a morte ou sufocadas.

No total, 174 pessoas morreram, dentre as vítimas fatais estão 32 crianças, incluindo um menino de apenas 5 anos. Cerca de 180 torcedores ainda estão hospitalizados.

Graças a essa rivalidade intensa e episódios de violência frequentes nos estádios, o jogo aconteceu com torcida única. Portanto, entre os mortos e feridos estavam apenas torcedores do mesmo time, o Arema FC.

A briga generalizada na Indonésia foi a segunda pior tragédia do mundo registrada em estádios de futebol. A única pior e mais fatal que essa aconteceu em um jogo entre Peru e Argentina, em Lima, em 1964.

Indonésia - briga estádio
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Torcedores sobreviventes relataram uma situação de pânico incontrolável“. 

“Os policiais dispararam gás lacrimogêneo, e automaticamente as pessoas correram para sair, empurrando umas às outras, e isso causou muitas vítimas“, disse Doni, um espectador de 43 anos à AFP.

“Nada estava acontecendo, não havia tumulto. Não sei qual foi o motivo, de repente eles atiraram gás lacrimogêneo em nós. Isso me chocou, eles não achavam que havia crianças e mulheres?”, declarou o torcedor.

presidente indonésio, Joko Widodo, pediu uma revisão da segurança nos estádios neste domingo (2) após a tragédia.

Ele também ordenou que o ministro do Esporte e Juventude, a polícia nacional e a associação local de futebol “realizassem uma avaliação completa das partidas de futebol e dos procedimentos de segurança“. 

Imagens gravadas por testemunhas se espalharam pelas redes sociais e mostram grandes quantidades de gás lacrimogêneo e pessoas tentando subir as cercas do estádio para voltar à arquibancada.

O estádio em que a tragédia aconteceu tem capacidade para 42 mil pessoas e estava cheio.

“Gostaria de enfatizar que […] nem todos os participantes tiveram comportamento anárquico. Apenas cerca de 3 mil entraram em campo“, disse o chefe de polícia da província de Java Oriental, Nico Afinta.

“Lamentamos este incidente […]. É um incidente lamentável que prejudica o nosso futebol numa altura em que os adeptos podem ir ao estádio assistir aos jogos”, disse o ministro de Esporte e Juventude, Zainudin Amali, à rede Kompas.

“Avaliamos rigorosamente a organização da partida e a presença de torcedores. Vamos proibir novamente a presença de torcedores nas partidas? É isso que discutiremos”, acrescentou ele em entrevista.

A rivalidade no futebol é tão grande na Indonésia, assim como a violência entre os torcedores, que jogadores de grandes equipes costumam viajar para os jogos sob guarda para ter sua segurança preservada.

Confira vídeos feitos durante a confusão no estádio na Indonésia:

Jogadores brasileiros relatam “clima de guerra” na Indonésia

Dentre os jogadores dos times Arema e Persebaya estavam os atletas brasileiros Higor Vidal, Léo Lelis e Sílvio Júnior, que jogam pelo Persebaya e o goleiro Maringá, pelo lado do Arema.

Em entrevista ao ‘G1’, alguns dos jogadores do Persebaya comentaram sobre o “clima de guerra” que presenciaram no estádio na noite de sábado (1º).

Depois de vencerem o Arema, eles tiveram de sair rapidamente de campo diante da invasão dos torcedores e tiveram dificuldades para sair do estádio, mesmo em veículos blindados.

“No vestiário, comemoramos a vitória, mas a polícia veio e disse: ‘Não, não… corre, senão a gente não sai’. Aí já começamos a trocar de roupa todo mundo rápido, sem tomar banho mesmo e a polícia nos apressando. Aquela correria, loucura… aí conseguimos sair correndo, entrar no blindado e ficar esperando”, contou Sílvio Júnior.

“Ficamos umas duas horas ali ainda vendo aquela cena. Era surreal. Eu passei pelo Azerbaijão na época da guerra com a Armênia e eu não vi as coisas que eu vi ali. Nós olhávamos pelo vidro da frente do blindado. Parecia cenário de guerra mesmo. Eles arremessando as coisas. Arremessaram alguma coisa que trincou o vidro do blindado. Coisa de doido. Maluquice. Eles jogando pedra… acabaram com o carro da polícia. Tinha um carro da polícia do lado da gente. Eles quebraram tudo, contou o jogador.

Higor Vidal também falou sobre a experiência traumática.

“Tinham me falado do clássico… Eu sou de Curitiba. Eu pensei que seria como um Atletiba, mais ou menos. Mas é muito maior. As pessoas vão lá para dar a vida pelo time mesmo. Então é uma tensão do começo ao fim do jogo”, apontou Higor.

“A gente comentou entre os brasileiros que, se a gente estivesse de ônibus lá, a gente morria. Com certeza. Teríamos sido queimados vivos dentro do ônibus. Que loucura! Nem dá para imaginar um negócio desse no Brasil”, relatou o jogador.

Briga - estádio Indonésia
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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