Maysa Vilela
O herdeiro de Eliza Samudio, conhecido como Bruninho, estreou como goleiro titular do time sub-13 do Athletico-PR na Copa do Futebol Sul-Brasileiro.
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O jogo aconteceu no sábado, dia 15 de abril, em Curitiba (PR). Tal como o pai, o adolescente de 13 anos também atua como goleiro e já chama a atenção pela altura, 1,82 m – mesmo com pouca idade.
Bruninho ingressou no time do Athletico Paranaense após testes realizados em 2022. Ele iniciou no futsal e agora está no futebol de campo.
O garoto e sua avó, Sônia Moura (mãe de Eliza Samudio), estão vivendo em Curitiba desde fevereiro, após se mudarem com bastante discrição de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, para a capital paranaense.
Enquanto o filho começa sua jornada no futebol, Bruno enfrenta dificuldades para retornar ao esporte, mesmo em campeonatos amadores.
Na época goleiro do Flamengo, Bruno foi condenado por assassinar e ocultar o cadáver de Eliza Samudio, com quem teve um caso extraconjugal na época. O crime foi cometido na presença do filho do casal, que tinha apenas 4 meses em 2010.
Goleiro Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelos crimes. Após cumprir oito anos e dez meses em regime fechado, ele continuou cumprindo a pena em regime semiaberto e está em liberdade condicional desde janeiro deste ano.
Veja uma foto de Eliza Samudio com o filho pouco antes de ser assassinada:
O ex-atleta teve sua inscrição negada em um torneio de várzea, após ser anunciado pelo time Orion. Bruno participaria da Super Copa Pioneer Netshoes.
Os organizadores, porém, emitiram uma nota oficial dizendo que o evento não contaria com a participação do condenado após intensa repercussão negativa.
“Afirmamos que o atleta não disputará a Super Copa Pioneer Netshoes. Ainda que o regulamento permita a inscrição de jogadores no decorrer do campeonato, ressaltamos que em nenhum momento o jogador foi autorizado a disputar a competição, sem nenhuma inscrição oficial aprovada ao time responsável”, disse a organização.
A equipe que anunciou Bruno é do bairro Jardim Noronha, na zona sul de São Paulo. Segundo a organização do evento, a decisão de deixar o goleiro de fora foi tomada em respeito às mulheres envolvidas no torneio – como torcedoras ou profissionais.
“Decisão essa tomada por unanimidade pela organização e corpo diretivo da competição, e se faz necessária sobretudo em prol de todas as mulheres que compõem a Super Copa Pioneer Netshoes, desde profissionais, voluntárias e torcedoras. Aceitar a sua participação seria extremamente danoso aos princípios e valores do torneio“, afirmaram.
A quase-contratação do goleiro Bruno pelo clube gerou polêmica na internet. O Orion seria o sétimo clube a contratá-lo após ele deixar a prisão e passar a cumprir pena em regime semiaberto domiciliar.
Os outros seis foram o Boa Esporte, Poços de Caldas, Rio Branco-AC, Araguacema, Atlético Carioca e Búzios. A contratação do goleiro sempre gera bastante controvérsia entre os envolvidos e nas redes sociais, terminando com a não-conclusão do contrato.
Bruno deve pagar R$ 650 mil em indenização ao filho
A Justiça negou o recurso mais recente e o ex-goleiro Bruno terá que pagar R$ 650 mil em indenização a Bruninho.
A decisão divulgada na última segunda-feira (24) informa que Bruno Fernandes terá que indenizar o filho que teve com Eliza Samudio por danos morais e materiais. A defesa já informou que acompanhará a decisão, segundo informações do portal ‘G1’.
A indenização foi estabelecida em outubro do ano anterior, uma década depois do assassinato de Eliza Samudio. Contudo, a defesa do goleiro recorreu da decisão.
Hoje com 13 anos de idade, o garoto morava em Campo Grande (MS) até o começo deste ano, quando se mudou para Curitiba (PR) com a avó para seguir os passos do pai como goleiro, no time de base do Athletico-PR.
Os representantes legais do goleiro argumentaram que Bruno não teria condições de pagar o montante, uma vez que, após obter a liberdade condicional, passou a jogar como goleiro em um tempo da terceira divisão, com salário de R$ 1,2 mil.
Diante disso, o desembargador Marcos José de Brito Rodrigues, responsável pela decisão, explicou que o objetivo da indenização por dano moral é proporcionar ao ofendido, Bruninho, uma compensação pela dolorosa e angustiante situação vivida.
O desembargador também garantiu que o valor estipulado para a indenização é adequado, considerando a condição financeira da família de Bruninho e a seriedade do caso.
Além de confirmar que a defesa do ex-goleiro recorrerá da decisão, a advogada Alessandra Jirardi informou que um recurso da família do filho de Bruno, que solicitou um aumento na indenização para R$ 6 milhões, foi negado.
O assassinato de Eliza Samudio
Bruno Fernandes (que era casado com outra mulher na época) e Eliza Samudio tiveram um caso e ela engravidou do goleiro do Flamengo no ano de 2009.
A partir daí, os dois entraram em atrito inúmeras vezes e o atleta chegou a exigir que ela fizesse um aborto e também a agrediu em uma ocasião.
Em junho de 2010, 4 meses após o nascimento de Bruninho, Eliza foi mantida em cárcere privado no sítio do goleiro, em Minas Gerais, e foi morta por estrangulamento.
Depois do assassinato, o corpo de Eliza Samudio foi esquartejado e, segundo Bruno, os restos mortais foram jogados para os cachorros. O filho do casal, Bruninho, de apenas 4 meses de vida, presenciou o crime brutal.
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