A atriz Mariana Xavier, conhecida por ter vivido Marcelina, filha do personagem de Paulo Gustavo nos filmes ‘Minha Mãe é Uma Peça’, fez um desabafo em seu canal no YouTube sobre a forma como teve que aprender a lidar com o fato de ser uma pessoa pública.
“Comecei a pirar, ter umas crises de ansiedade horrorosas. Sintomas físicos, mesmo, visão turva, zumbido no ouvido, palpitação, aperto no peito, sensação de dormência. É difícil admitir que você tá passando por isso. Afinal de contas, você é espiritualizada, você faz terapia. Mas a verdade é que nada disso te deixa imune”, contou, sobre os efeitos que o fato de ser reconhecida com frequência lhe causou.
“Comecei a não ter vontade de sair de casa. Ir a um shopping sozinha comprar uma rasteirinha virou um enfrentamento terrível, porque eu sabia que eu ia ser olhada como um animal exótico, que alguns olhares iam me fazer sentir nua em público, e eu seria obrigada a sorrir e a falar com as pessoas mesmo que minha vontade naquele dia fosse só de chorar e fazer voto de silêncio”, prosseguiu.
Mariana revelou ainda que buscou o auxílio de um psiquiatra e também pelo lado espiritual: “Felizmente percebi o buraco em que eu tava me enfiando e procurei ajuda a tempo. […] Eu escolhi não me deixar adoecer.”
“A verdade é que a fama tem um lado bem ruim que ninguém conta pra gente e descobrir isso sentindo na própria pele é bem doloroso. É desesperador perceber que você não tem mais como controlar o que as pessoas falam e pensam sobre você. Eu passei alguns meses no final do ano passado e início desse ano bem mexida com as mudanças que ocorreram na minha vida. Principalmente depois do combo novela das 9 [Mariana atuou em ‘A Força do Querer’] e ‘Dança dos Famosos’. Comecei a entender muita coisa dos bastidores da fama”, prosseguiu.
Ela ainda criticou a forma como alguns fãs se sentem ‘donos’ de seus ídolos: “Existe um lado muito cruel de as pessoas cobrarem a gente pelo nosso sucesso. Como se a gente não tivesse mérito nenhum, como se só elas fossem responsáveis pelo sucesso que a gente faz, e isso fizesse dessas pessoas donas da gente. Como se estivéssemos que estar sempre disponíveis pra entreter essas pessoas do jeito que elas quiserem, não importa o dia, a hora, o lugar, a ocasião, o estado de espírito. E ninguém é capaz de dar conta de uma expectativa desse tamanho.”
“Essa cobrança de que as figuras públicas estejam sempre disponíveis, sorridentes, doces, não importa o que aconteça, tá fazendo um monte de gente ficar doente, depressiva. Um monte de gente virar personagem de si mesmo. Cair na própria cova que tá cavando na ilusão de que vai agradar todo mundo. Tá fazendo um monte de gente se matar. E eu, definitivamente, não quero e não vou fazer parte dessa estatística”, finalizou a atriz, que se definiu como uma pessoa “parcialmente famosa”.
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