Adiantando as festividades, os blocos de pré-Carnaval já estão a vapor em inúmeras cidades do Brasil. Em um deles, a atriz Alessandra Negrini foi quem roubou a cena durante o final de semana: do auge de seus 49 anos de idade, ela desfilou exibindo um corpão escultural. No entanto, a fantasia escolhida acabou gerando polêmica na web.
Alessandra desfilou no trio elétrico do bloco ‘Acadêmicos do Baixo Augusta’, na região central da cidade de São Paulo. Ela vestiu uma fantasia de índia e acabou sendo criticada por alguns internautas, que a acusaram da chamada ‘apropriação cultural‘.
Alessandra, no entanto, não se fantasiou de índia apenas pela diversão: conhecida como participante ativa em causas sociais, ela estava defendendo a causa indígena e protestando contra medidas do atual governo.
Após as críticas, ela conversou com o jornal ‘Folha de S. Paulo’ e se defendeu das acusações. “Hoje para mim a questão indígena é a central desse país. Ela envolve não somente a preservação da cultura deles como a preservação das nossas matas. A luta indígena é de todos nós e por isso eu tive a ousadia de me vestir assim”, disse.
A atriz estava acompanhada de lideranças indígenas, como Sônia Guajajara, e deixou claro que a produção não pode ser considerada apropriação cultural, pois o objetivo era político.
Confira uma foto de Alessandra Negrini com a ativista Sônia Guajajara, que é índia e foi quem realizou as pinturas corporais na atriz:
Alessandra Negrini divide as opiniões na web
Na web, a escolha da fantasia de Alessandra gerou comentários tanto positivos quanto negativos. A única coisa que todos pareceram concordar foi com o fato de a atriz ostentar uma beleza fenomenal aos 49 anos de idade.
“Hora de cancelar Alessandra Negrini”, criticou um internauta. “Alessandra Negrini chega no Baixo Augusta com Sonia Guajajara e outras lideranças importantíssimas do movimento indígena dando visibilidade à causa, mas o jovem do Twitter, que nunca foi numa aldeia ou protesto, acha que pode cancelar a mulher”, defendeu outro.
Não é de hoje que Alessandra se envolve nas causas indígenas. Recentemente, ela compartilhou nas redes sociais uma viagem que fez para a reserva Pataxó Ponto do Boi, em Caraíva, na Bahia. Na ocasião, ela compartilhou um presente que recebeu dos índios: uma pintura indígena no rosto.
Além da imagem, a artista também dividiu com os seguidores todo o processo da arte, onde é possível ver as crianças da tribo conversando sobre quais desenhos fazer nela.
Veja o vídeo de Alessandra sendo pintada por um índio reserva Pataxó Ponto do Boi:
Veja algumas reações dos internautas no Twitter:
alessandra negrini com 49 anos // eu com 27 pic.twitter.com/gJMJ6feAnF
— francine galbier (@francinegalbier) February 16, 2020
Agora eu quero ver vocês cancelarem a Alessandra Negrini pic.twitter.com/AfpthFGGV9
— Carol Prado (@pradocrl) February 16, 2020
Rainha do bloco Baixo Augusta, Alessandra Negrini entrou no bloco acompanhada da ativista Sônia Guajajara e de outras indígenas. pic.twitter.com/G10uIG5Xw5
— Artur Rodrigues (@arturrodrigues) February 16, 2020
Alessandra Negrini chega no Baixo Augusta com Sonia Guajajara e outras lideranças importantíssimas do movimento indígena dando visibilidade à causa
mas o jovem do Twitter q nunca foi numa aldeia nem num protesto acha que pode cancelar a mulher só pq tem acesso à internet ?️? pic.twitter.com/vBcmoXQJsq
— João Ker (@JoaoKer) February 16, 2020
Ver a Alessandra Negrini ser acusada de apropriação cultural por fantasiar-se de Índia não tem preço!
A lacrosfera está mergulhada em uma espiral de insanidade.
Nós estamos seguros na tradição!
— Professor Igor Guedes ?? (@historiadorigor) February 17, 2020
Aí de nos, pobres mortais conservadores, nos vestirmos de índio mesmo com a melhor das intenções… Aí de nos!!
Mas já que é a Alessandra Negrini, militante, tá liberado e eles ainda acham lindo!
Não é o QUE VOCÊ FAZ
É DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ.
Eles podem tudo, nos, nada.— TeAtualizei ????❤️ (@taoquei1) February 16, 2020
Alessandra Negrini lindíssima, porém cancelada pois índio não é fantasia pic.twitter.com/s04v6N0BH1
— Cássio Rodrigues (@caaassio) February 16, 2020
“A luta indígena é de todas”, disse Alessandra Negrini de índia. Ao seu lado, estavam lideranças indígenas. A imagem me provoca. A coalizão exposta pela realidade dos corpos e pela fantasia do carnaval me perturba. Isso é bom. Não há resposta única na política feminista.
— Debora Diniz (@Debora_D_Diniz) February 16, 2020
Deixe seu comentário