A polícia descobriu que o aluno que esfaqueou quatro professoras e um colega na Escola Estadual Thomázia Montoro, na Vila Sônia (SP), nesta segunda-feira (27), deixou uma carta com um pedido de desculpas à família.
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No bilhete escrito em uma folha de caderno, o garoto de apenas 13 anos disse que “guardou tristeza e dor por anos, mas ninguém percebeu”.
O ataque realizado pelo estudante do 8º ano do colégio acabou com uma vítima fatal, a professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, e chamou a atenção de todo o Brasil.
Ainda na carta, o adolescente pede desculpas à mãe, ao irmão, à tia e à avó por decepcioná-los e diz que sente muito. Ele acrescenta que passou dois anos planejando o ataque (“desde os 11”).
Apesar de não ser citado na carta, o pai do adolescente estava com ele na delegacia nesta terça-feira (28), enquanto prestava depoimento. O aluno disse que escondeu da família o que sentia, exibindo um sorriso em vez de se expressar.
Além do texto escrito na folha do caderno, o adolescente também fez alguns desenhos para acompanhar, como um par de olhos e uma lâmina.
Depois de prestar depoimento no 34º Distrito Policial horas após esfaquear quatro professoras e um estudante dentro do colégio, ele foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para passar por exame de corpo de delito. Depois, foi levado à Fundação Casa.
“Ele passou todas as informações de forma pormenorizada, ele admitiu os fatos“, afirmou o delegado Marcos Vinicius Reis.
“As imagens são fortes. Ele foi frio, não demonstrou muita emoção e admitiu, confessou, na presença da advogada, na presença dos pais”, acrescentou o delegado responsável pelo caso.
O menino passou por uma audiência de custódia na Vara da Infância e do Adolescente. “Esperamos que ele permaneça apreendido“, disse Marcos Vinicius Reis.
Leia a carta deixada pelo adolescente, na íntegra:
“Carta de pedido de desculpas
Mãe, irmão, tia, vó, me desculpem por decepcionar vocês. Sei que não fui o que esperavam, sinto muito… Mas estou lutando por uma causa maior. Guardei muita tristeza e dor ao longo de todos esses anos, mas ninguém percebeu porque eu sempre coloquei um sorriso na cara independente da situação que eu estava passando. Estou planejando isso desde os 11 anos e não desistirei agora.”
Veja uma foto da carta escrita pelo autor do ataque na escola:
Aluno anunciou ataque na internet
Ainda de acordo com o delegado, o estudante de 13 anos havia anunciado o ataque nas redes sociais.
Através do Twitter, ele citou até a falta de “um armamento decente“. Segundo a polícia, o adolescente tentou comprar uma arma pela internet, mas não conseguiu.
Se estivesse com uma arma de fogo, certamente as consequências do ataque teriam sido muito mais letais. Ainda nas redes sociais, o menino fez várias referências ao autor do massacre de Suzano, em 2019.
O nome de usuário dele no Twitter era Taucci, o sobrenome do jovem que abriu fogo contra professores e alunos em uma escola de Suzano quatro anos atrás e terminou com 8 pessoas mortas.
Sobre o depoimento do adolescente, de testemunhas e outras pessoas envolvidas, o delegado disse: “Foi um procedimento com bastante lisura e trabalhoso. É um caso que envolve menores e uma vida”. Ao menos 32 pessoas já prestaram depoimento nesta terça (28).
“Esse trabalho de rastreamento dos perfis, redes sociais, é importante para sabermos se houve algum incentivo, algum induzimento, algum tipo de ação, e se alguém efetivamente participou dos ataques de ontem”, disse o delegado Marcus Vinicius Reis.
O histórico do aluno que esfaqueou as professoras na Vila Sônia já indicava algo suspeito.
Inclusive, uma coordenadora da antiga escola dele havia feito um BO contra ele devido ao comportamento violento nas redes sociais, onde ele até já havia ameaçado cometer um massacre na escola.
Foi nesse contexto que o garoto foi transferido de uma escola em Taboão da Serra para a Escola Estadual Thomázia Montoro, na Vila Sônia – onde o ataque realmente aconteceu.
O secretário estadual de Educação, Renato Feder afirmou que a nova escola “foi pega desprevenida“.
“Nesse período de permanência, a diretora não recebeu nenhum aviso e nem [teve] ciência de nada que chamasse atenção”, declarou à ‘Folha de S. Paulo’.
Um aluno da escola disse à reportagem da ‘Folha’ que testemunhou, na semana passada, uma briga entre o suspeito e outro estudante.
Na ocasião, eles foram separados justamente pela professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, que morreu nesta segunda (27).
De acordo com essa fonte, o adolescente proferiu ofensas racistas e xingou o colega de “macaco” e “ratinho“. A professora Elisabeth tentou apartar a briga e o agressor teria dito: “Vai ter volta“.
Foi exatamente ela a vítima fatal do ataque desta segunda-feira (27).
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Coordenadora de outra escola fez BO contra aluno um mês antes do ataque
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