De amigas a um grande amor
“Fiquei incomodada e me perguntando por que ela estava fazendo tanta falta. Foi quando entendi que, na verdade, o sentimento não era só de amizade, mas também de amor“, confessa Bruna.
“Nesse momento, começamos a conversar sobre relacionamento homoafetivo, sobre os sentimentos dela por mim. Mas toda hora que a Bruna tentava falar alguma coisa sobre o que estava sentindo, eu falava que era curiosidade e que iria acabar a amizade. Ela tentou várias vezes falar comigo, mas nunca permiti que ela concluísse a fala, até que marquei meu casamento com o rapaz”.
A decisão de Flávia de se casar, apesar de seus sentimentos por Bruna, foi marcada por dúvidas e lágrimas, mas foi a certeza do amor que sentiam uma pela outra que, por fim, as uniu.
“Foi quando ficamos pela primeira vez [na despedida de solteira], uma semana antes do meu casamento. Conversamos muito, mas não tive coragem de não me casar, por fatores religiosos e familiares. Chorei muito, porque queria viver aquele relacionamento com ela, mas não tinha coragem”.
“Minha maquiagem teve de ser feita duas vezes, porque eu chorei, chorei, chorei… e borrou tudo”, lembra Flávia.
“E, no momento em que estava entrando na igreja para me casar, sabia que a Bruna estava me olhando porque procurei o olhar dela e encontrei. Então, pensei: até quando serei infeliz?”.
Depois de casar, Flávia rapidamente percebeu que não poderia viver sem Bruna. A decisão de terminar seu casamento e voltar para o Brasil para estar com Bruna foi impulsionada pelo forte amor que sentia.
“Voltei ao Brasil 40 dias depois. Liguei para a Bruna e falei para ela pegar um avião para São Paulo, para resolvermos nossa vida. Falei que iria me separar e que também não voltaria mais para Moçambique, que queria viver esse relacionamento com ela no Brasil“, relata Flávia com determinação.
Bruna falou, durante a entrevista, sobre como foi se relacionar com mulher pela primeira vez.
“A Flávia é meu primeiro e único relacionamento com mulher e, na época, eu não entendia bem o que isso significava. Depois que a gente se entende como mulher lésbica, começa a olhar para trás e ver que talvez gostasse daquela amiga, mas era algo tão inimaginável que entendíamos como amizade”.
Hoje, Bruna e Flávia não apenas comemoram seu amor, mas também canalizam suas experiências e lutas em iniciativas que apoiam a comunidade LGBTQIAP+.
Em 2018, fundaram a ‘Bicha da Justiça’, uma empresa que oferece suporte e informação para pessoas LGBTQIAP+, promovendo a educação e a conscientização sobre direitos e questões jurídicas.
A história das amigas Bruna e Flávia se tornou uma fonte de inspiração para muitos. Mesmo diante de convenções sociais e crenças limitantes, o amor delas encontrou um caminho.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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