Raquel Pacheco, mais conhecida como a ex-prostituta Bruna Surfistinha, confirmou ao jornal Extra que seu filme, de 2011, terá continuação. O longa intitulado ‘Bruna Surfistinha’, dirigido por Marcus Baldini e estrelado por Deborah Secco, conta a história de uma jovem comum de classe média paulistana que, ao completar 18 anos, foge de casa e toma a decisão de se tornar garota de programa.
O filme é uma adaptação do livro ‘O Doce Veneno do Escorpião’, da Raquel Pacheco, e levou mais de 2 milhões de pessoas aos cinemas. Conforme revelado por ela em entrevista ao jornal ‘Extra’, existe um projeto em andamento para sequência do filme, que não terá Deborah Secco como protagonista.
A declaração de Bruna Surfistinha foi feita após, na última quinta-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro dar uma declaração que fez com que o interesse do público pelo filme voltasse à tona. Durante uma cerimônia dos 200 dias de governo, além de demonstrar sua intenção de mudar a sede da Agência Nacional do Cinema (Ancine) do Rio de Janeiro para Brasília, ele criticou o patrocínio federal a produções audiovisuais como ‘Bruna Surfistinha’.
“Não posso admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha. Não dá. É uma coisa que mudou com a chegada do governo”, afirmou. Segundo o presidente, o governo não pode “permitir o ativismo, em respeito às famílias”.
Raquel Pacheco, que hoje trabalha como DJ e oferece um serviço online de consultoria sexual, rebateu a fala do presidente dizendo que ele “deveria cuidar mais da moral de sua própria família”. “Sobre mais uma infeliz declaração do Bolsonaro, eu digo que ele, antes de fazer juízo de valor sobre os outros, ele deveria cuidar da moral da própria família, e ainda do nosso país. Afinal, ele está cuidando demais do que não precisa e fazendo pouco do dever dele principal, que é ser presidente”, disse ela, ao ‘Extra’.
Ao trazer a Ancine para Brasília, nota-se a intenção do governo de acompanhar mais de perto a política nacional do audiovisual. O que deve-se olhar com atenção é uma possível tentativa do governo de interferir no conteúdo da produção cultural. “Seja ela do filme “Jardim das aflições”, seja ela do filme “Bruna Surfistinha. É nessa pluralidade que reside a liberdade de expressão, valor máximo da democracia”, afirma Mariza Leão, produtora de cinema, ao jornal ‘O Globo’.
Deixe seu comentário