Juninho Pernambucano deixou o programa ‘Seleção SporTV’ nesta segunda-feira (7). A saída, confirmada pela TV Globo, aconteceu uma semana após o ex-jogador e atual comentarista se envolver em uma polêmica ao vivo.
O ex-meia afirmou que não sentia clima para continuar na emissora após a polêmica. Em nota, a Globo confirmou a saída do comentarista.
“Na última sexta-feira, dia 4, Juninho Pernambucano solicitou a rescisão de seu contrato de trabalho com o Grupo Globo. Ele se afastará de suas funções como comentarista da Globo e do SporTV para tratar de assuntos pessoais. A Globo aceitou o pedido e agradece a Juninho Pernambucano a importante contribuição na análise dos eventos esportivos que acompanhou como comentarista. Roger Flores substituirá Juninho Pernambucano na equipe do Esporte da Globo que cobrirá a Copa do Mundo da Rússia”, disse a emissora.
Na fala que gerou a polêmica, ele criticou os jornalistas que cobrem diariamente os clubes, conhecidos por setoristas, ao dizer que eles têm inveja dos jogadores e são maus profissionais. Em resposta, o apresentador do programa, André Rizek, leu no ar uma nota enviada pela direção da emissora para contestar a opinião do ex-jogador.
O caso
Os participantes do programa debatiam o incidente do mês passado, quando alguns torcedores do Flamengo tentaram agredir o meia Diego no aeroporto. Ao comentar o assunto, Juninho Pernambucano citou reportagens publicadas na imprensa que, segundo ele, eram equivocadas e disse que os jornalistas ajudam a fomentar a violência da torcida.
“Os setoristas são muito piores hoje em dia. Eu sei que eles ganham mal, mas cada um tem o caráter que tem. Se eu sou setorista, o que eu ia fazer, tentar fazer um ótimo trabalho para tentar ir para outra etapa, subir”, afirmou Juninho. Durante a fala, ele comentou que se fosse repórter, gostaria de se esforçar para se tornar narrador de televisão como os outros dois presentes à mesa, Cléber Machado e Luiz Roberto.
Juninho afirmou que atualmente os repórteres têm um vínculo muito próximo com dirigentes de clube. “Hoje, para quem cobre futebol, a prostituição está muito grande. Isso é muito perigoso, como na política”, afirmou. “Parte da imprensa também tem culpa na violência, porque há um excesso de pilha”, afirmou.
O ex-meia do Vasco, Lyon, Sport e seleção brasileira disse que parte da conduta dos jornalistas com os jogadores é permeada por inveja. “Já vi isso também de olhar para você, um jogador que é profissional, não tem formação e ganha R$ 100 mil. Tem um cara que está ali, estudou quatro anos, fez de tudo para se formar jornalistas, para ser setorista e ganha mal. Talvez ele leva isso em consideração”, explicou.
“É difícil você ganhar R$ 3 mil ou R$ 4 mil em uma sociedade e se você não for um cara fera, tem que entrevista um cara que ganha mais e que você considera ele um ninguém”, afirmou Juninho Pernambucano, que durante a explicação, citou uma reportagem publicada sobre ele em 2012, quando estava no Vasco, e que ele considerou equivocada.
Minutos depois o apresentador do programa, André Rizek, disse ter recebido um comunicado da direção de jornalismo do Grupo Globo sobre os comentários do ex-jogador. “Há bons e maus profissionais em todas as categorias. Temos mais de 30 setoristas trabalhando hoje no Grupo Globo e eles recebem aqui nossa confiança e nossa solidariedade. Muitas vezes são eles que mais sofre com o desequilíbrio e a eventual violência dos torcedores”, narrou.
Rizek ainda concluiu a leitura do comunicado da emissora: “Isso não quer dizer que o Juninho não tenha o direito à sua opinião, que é e continua sendo livre. Mas é importante fazer esse registro”.
Juninho Pernambucano critica setoristas e leva ‘bronca’ do SporTV ao vivo
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