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Após polêmica, Vaticano muda fala do papa sobre ‘psiquiatria’ e homossexualidade

Para associações, frases incitam homofobia e ligação com doença; Santa Sé diz que ele se referia ao psicológico

Foto: Agência Brasil / Wikimedia

Uma declaração do papa Francisco no retorno da visita à Irlanda, no último domingo (26), motivou críticas de associações ligadas ao movimento LGBT. E obrigou o Vaticano a retificar uma fala do pontífice. A jornalistas, o pontífice afirmou que pais e mães de crianças com tendências homossexuais deveriam submeter os filhos a tratamento.

Na ocasião, em um voo para o Vaticano, o papa foi indagado sobre o que falaria a pais que percebem orientações homossexuais nos filhos. “Diria a eles, em primeiro lugar, que rezem, que não os condenem, que dialoguem, entendam, que deem espaço ao filho ou à filha”, respondeu.
“Quando isso se manifesta desde a infância, há muitas coisas para fazer por meio da psiquiatria, para ver como são as coisas. Outra coisa é quando isso se manifesta depois dos 20 anos”, acresceu. “Nunca direi que o silêncio é um remédio. Ignorar a seu filho ou sua filha com tendências homossexuais é um defeito de paternidade ou de maternidade.”

Em resposta, associações francesas LGBT chamaram as palavras do pontífice de “irresponsáveis”. “Condenamos estas declarações que fazem referência a uma ideia de que a homossexualidade é uma doença. Se há uma doença esta é a homofobia arraigada na sociedade”, criticou Clémence Zamora-Cruz, porta-voz da associação Inter LGBT. A polêmica também chegou às redes sociais. No Twitter, a associação francesa SOS Homofobia também qualificou as palavra de “graves e irresponsáveis”. “Incitam o ódio contra as pessoas LGBT na nossa sociedade, já marcada por alto nível de homofobia.”

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Nesta segunda-feira (27), a assessoria do papa retirou a referência à psiquiatria na declaração dada, destacando que o sumo pontífice não quis abordar o tema como “uma doença psiquiátrica”.
“A palavra ‘psiquiatria’ foi retirada do ‘verbatim’ publicado hoje pelo serviço de imprensa do Vaticano, para não alterar o pensamento do papa”, explicou uma porta-voz do Vaticano.

“Quando o papa se refere à ‘psiquiatria’, é claro que ele faz isso como um exemplo que entra nas coisas diferentes que podem ser feitas”, explicou a mesma fonte. “Mas, com essa palavra, ele não tinha a intenção de dizer de que se tratava de uma doença psiquiátrica, mas que talvez fosse necessário ver como são as coisas no nível psicológico”, acrescentou.

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