Novas informações sobre o ataque à uma creche de Blumenau (SC) foram divulgadas pela imprensa no início da tarde. Por exemplo, um vídeo que mostra o interior da escola após a tragédia está se espalhando pelas redes sociais.
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Todo o Brasil se comoveu ao receber a notícia de que um homem de 25 anos invadiu uma escolinha particular na manhã desta quarta-feira (5) e, armado com uma machadinha, matou quatro crianças e deixou outras quatro feridas. Depois, ele se entregou para a polícia.
Segundo a Polícia Militar do estado de Santa Catarina, o suspeito chegou de moto, pulou o muro da escola e atacou as crianças que brincavam no parquinho, na região da cabeça, com a arma branca.
Três adultos também sofreram ferimentos durante o pesadelo ocorrido na cidade catarinense. As vítimas do ataque estavam na área externa do Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor.
As imagens – que são fortes! -, provavelmente gravadas por vizinhos da escola, mostram as vítimas sendo retiradas do parquinho, além de uma criança sendo levada para fora do local acompanhada de um adulto.
Veja o vídeo da creche após o ataque contra as crianças:
O Hospital Santo Antônio, em Blumenau, recebeu dois meninos e duas meninas que ficaram feridos, mas sobreviveram ao ataque. Eles estão em observação após levarem pontos devido aos ferimentos.
Um menino foi gravemente ferido no pescoço – ele deve passar por cirurgia ainda na tarde de hoje (5).
Polícia diz que autor sofreu surto psicótico
O portal ‘Uol’ informou que, segundo a polícia, o autor do ataque sofreu um surto psicótico.
“O surto psicótico pode ser definido como um momento de desorganização psíquica em que é categorizada principalmente pela perda de noção da realidade, apresentando comportamento descompensado e psicótico”, segundo o psicanalista Fabrício Selbmann.
O profissional acrescenta que: “Durante o surto psicótico a pessoa pode apresentar sinais e sintomas como: confusão mental, delírios, alucinações, catatonia (a pessoa fica paralisada, inerte, sem reação), fala desorganizada ou incoerente, alteração de humor, perda da noção de tempo entre outros”.
Márcio Alberto Filippi, comandante da PM em Blumenau, declarou que o homem tinha passagens pela polícia e não tinha nenhuma ligação com a creche Cantinho Bom Pastor.
Bombeiros divulgam nomes das vítimas
O Corpo de Bombeiros divulgou a lista das vítimas fatais:
Bernardo Cunha Machado – de 5 anos
Bernardo Pabest da Cunha – de 4 anos
Larissa Maia Toldo – de 7 anos
Enzo Marchesin Barbosa – de 4 anos
Veja fotos de duas das vítimas do ataque, Bernardo Pabest e Bernardo Machado:
Em outro vídeo divulgado no Twitter, é possível ver a correria de pais e responsáveis em frente à escola, desesperados a procura de informações sobre as vítimas. Aos poucos, eles iam levando as crianças que sobreviveram.
Veja o vídeo que mostra a correria dos pais e responsáveis na frente da escola:
Vários pais foram chamados para retirar crianças da creche que foi atacada na manhã desta manhã em Blumenau, Santa Catarina.
📹 Patrick Rodrigues/@portalnsctotal pic.twitter.com/WKGQKisCLb
— Metrópoles (@Metropoles) April 5, 2023
Professora trancou bebês no banheiro da creche
A professora Simone Aparecida Camargo relatou o desespero para salvar crianças do ataque ocorrido na manhã desta quarta.
Simone chegou a trancar bebês no banheiro na tentativa de poupar a vida deles do homem que atentou contra a escolinha.
Segundo ela, a primeira informação que chegou através de uma colega de trabalho dizia que um homem havia assaltado o posto e invadido a escola para se “esconder”. Depois, ela descobriu que a realidade era muito mais dura.
“Minha parceira de sala chegou correndo dizendo ‘fecha a porta, fecha a janela porque um cara assaltou o posto’. Pensamos que era um assalto porque ele invadiu a escola, só que fechei os bebês no banheiro, depois vieram na porta dizendo que ele ‘veio matando’, ele foi no parque para matar. No parquinho, a turma do pré estava toda no parque fazendo uma roda de conversa. Ele tinha mais que uma arma”, contou a professora em entrevista à ‘NSC TV’.
“Quando eu ouvi os gritos, eu fiquei trancada na minha sala com os bebês menores. Tranquei eles no banheiro e liguei para o socorro. Foi desesperador porque não sabíamos o que estava acontecendo. Quando saí da sala, ele [o suspeito] já não estava mais na escola”, disse ela à ‘BBC News Brasil’.
Simone, que trabalha com educação infantil há 5 anos, está tão traumatizada que chegou a falar em desistir da carreira.
“Aquela cena que você nunca imagina ver um dia na vida, eu vi. Não sei se vou conseguir continuar nessa profissão. Pra que tirar a vida de um inocente? Crianças que não fizeram nada, que só sabiam brincar”, desabafa Simone.
‘Me joguei no chão’, diz mãe de aluna da creche
Stephanie dos Santos Sestrem é mãe de uma aluna da creche Cantinho Bom Pastor. Em entrevista à ‘NSC TV’, ela relatou o desespero que sentiu ao ficar sabendo do ataque nesta manhã.
A filha de Stephanie tem um ano e sete meses, estuda no berçário da unidade e, felizmente, não ficou ferida.
Ela contou que estava no trabalho pensando ser mais um dia comum até que percebeu que uma amiga estava tentando ligar para ela, várias vezes seguidas.
Algum tempo depois, uma colega entrou na sala onde Stephanie estava e contou que uma pessoa havia invadido a escola onde a filha dela estudava.
“Na hora eu, desesperada, me joguei no chão, comecei a chorar e pedi ‘pela amor de Deus me leva para lá’. Nessa hora, eu abri o meu celular e vi que tinha uma mensagem, da diretora da escolinha, falando do ataque e pedindo para que eu fosse buscar minha filha“, contou a mãe à ‘NSC TV’.
Chegando próximo à escola, Stephanie já viu a aglomeração formada na entrada. Funcionários e pais de alunos com as roupas manchadas de sangue a assustaram profundamente.
“Como não dava para passar de carro, eu saltei do carro e comecei a correr para ir pra lá. Chegando na frente tinha muitos pais e professoras com a camisa com sangue, muitas ambulâncias. Eu estava desesperada na hora, só queria sair dali e pegar a minha filha“, declarou Stephanie.
“Eu estou em choque até agora, porque isso é notícia que a gente recebe, é de escolas e creches que acontecem nos Estados Unidos, São Paulo, coisa que a gente não imagina que vai acontecer aqui“, declarou a mãe de uma das alunas sobreviventes ao ataque desta quarta-feira (5).
Ataque em creche preocupa
O delegado-geral mencionou que a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, especializada na garantia de dados de dispositivos eletrônicos, está investigando o caso para identificar possíveis cúmplices e compreender o planejamento do ataque.
A Polícia Civil e o Instituto Médico Legal (IML) também estão no local e todas as crianças que estavam na escola esta manhã já foram retiradas e entregues aos seus pais. O ataque gerou enorme comoção na cidade.
Este episódio chocante aconteceu menos de dez dias após um ataque em uma escola na Vila Sônia, em São Paulo, no qual um aluno adolescente de 13 anos matou uma professora a facadas e feriu outras três pessoas, além de outro estudante.
Nos últimos 12 anos, mais de 10 escolas foram atacadas por criminosos no Brasil.
O presidente Lula usou o perfil oficial do Twitter para lamentar a tragédia, que chamou de “monstruosidade”.
“Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas”, escreveu o presidente na rede social.
Veja:
Para qualquer ser humano que tenha o sentimento cristão, uma tragédia como essa é inaceitável, um comportamento, um ato absurdo de ódio e covardia como esse.
— Lula (@LulaOficial) April 5, 2023
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