Maysa Vilela
A capixaba Adeyula Dias Barbosa Rodrigues, de 31 anos de idade, representa muitas pessoas espalhadas pelo Brasil: ela está desempregada desde agosto de 2019 e, mesmo assim, não conseguiu receber o auxílio emergencial do governo federal. O motivo, no entanto, foi pra lá de inusitado.
O curioso da história é que, além da base de dados indicar que ela é servidora pública pela Prefeitura de Vila Velha (o que não é verdade), ainda indicou que ela possui um emprego, digamos, bastante improvável. De acordo com o sistema, Adeyula ocupa o mais alto cargo do poder público no Brasil: o de Presidente da República.
Adeyula cursa Gestão de Recursos Humanos e teve seu contrato encerrado com a Secretaria de Estado de Educação (Sedu) em agosto de 2019. Ela trabalhava como cuidadora infantil. Antes, ela foi auxiliar de secretaria pela Prefeitura de Vila Velha.
Contudo, por causa de um erro na base de dados usada pela Dataprev, na Carteira de Trabalho Digital dela aparece que ela ainda tem vínculo empregatício. Por isso a impossibilidade de receber o auxílio emergencial de R$ 600 por mês, durante três meses. A Relação Anual de Informações Sociais (Rais) diz que Adeyula permanece como servidora municipal.
“Acabei sendo prejudicada devido aos erros de vários órgãos. Ninguém dá um direcionamento do que eu devo fazer. Eu ligo para o 111 (número do auxílio emergencial) e eles alegam que não tenho direito ao auxílio emergencial. Segundo eles, estou trabalhando. Porém, estou desempregada desde agosto de 2019. Você procura vários meios de conseguir uma informação, mas eles ficam em um jogo de empurra-empurra”, afirmou Adeyula, em entrevista ao jornal ‘A Gazeta’.
Adeyula é casada e tem dois filhos pequenos. Apenas o marido dela está trabalhando, portanto, ele é a única fonte de renda da família. Devido à pandemia do coronavírus, o valor do salário dele precisou ser diminuído.
Por isso, a família tem enfrentado dificuldades financeiras e o auxílio emergencial seria importante para eles. Este é o caso de um número enorme de brasileiros que não conseguiram receber o auxílio.
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