Uma nova onda está surgindo e já tem adeptos pelo mundo afora: os bares sem bebida alcoólica. Pode parecer estranho, mas em cidades como Nova York e Londres, onde os estabelecimentos funcionam como sala de estar para àqueles que moram em apartamentos com pouco espaço, uma nova opção de vida noturna sem álcool tem atraído uma clientela que opta por não beber.
Um exemplo é o Getaway, bar novaiorquino fundado por Sam Thonis, coproprietário junto com Regina Dellea. Thonis teve a ideia de abrir o estabelecimento quando ele o irmão, que não bebem, saíram por Nova York tentando encontrar um lugar para sair à noite.
O empresário destacou que não haviam opções de vida noturna em Nova York que não girassem em torno do álcool ou não tentassem te forçar a beber de alguma forma. “Quanto mais eu conversava com as pessoas, mais eu sentia que elas queriam esse tipo de espaço”, explicou ele, em entrevista à BBC.
Assim, Thonis e Dellea abriram o Getaway, estabelecimento que faz parte de uma onda mundial crescente de bares sem bebida alcoólica, mas gostam de sair e socializar em espaços que tradicionalmente eram controlados pela bebida.
Nesses bares sem bebida alcoólica, a clientela não é formada apenas por aqueles que não bebem, mas por qualquer um que queira se divertir num ambiente de bar sem o risco de acordar de ressaca no dia seguinte.
Para Lorelei Bandrovschi, que começou a organizar eventos sem álcool para as pessoas que queria se divertir sem consumir bebida alcoólica, “os bares são um espaço de relaxamento, e fomos levados a acreditar que o álcool precisa fazer parte disso”. Ela acredita, ainda, que é libertador criar espaços em que uma festa animada não seja sinônimo de ressaca ou de memórias fora de foco.
A cultura desse tipo de estabelecimento tende a deixar àqueles que não bebem deslocados. Os novos bares sem bebida alcoólica vêm para mudar essa cultura. “Deve haver tanto espaços (para quem não bebe) quanto para quem bebe, espaços que sejam legais e divertidos”, afirmou, ainda à BBC.
Essa tendência à sobriedade tem se mostrado real em alguns países. Há indicadores de que os jovens não estão bebendo mais tanto quanto costumavam. Em 2016, entre os adultos com mais de 16 anos entrevistados pelo Escritório Nacional de Estatísticas, o IBGE britânico, apenas 56,9% haviam bebido na semana anterior, o menor percentual já registrado desde que o órgão começou a fazer a pergunta em 2005. Em fevereiro, o International Wine and Spirits Record afirmou que 52% dos adultos americanos estavam tentando ou já haviam tentado reduzir o consumo de álcool.
Resta saber se a onda de bares sem bebida alcoólica continuará a aumentar.
Deixe seu comentário