Em 2018, nenhuma das 100 cidades mais visitadas por estrangeiros no mundo foi do Brasil. A constatação é do estudo Top 100 City Destinations 2018, lançado pelo Euromonitor, um dos maiores centros de análises de dados do mundo. No ano passado, o Rio de Janeiro era a única cidade brasileira na lista, na 94ª posição – caiu, agora, para 101ª.
Isso não indica necessariamente que o turismo no Brasil está encolhendo, mas que outras cidades mundo afora estão crescendo mais do que nós. Pelo segundo ano consecutivo, Hong Kong lidera o ranking com 29,8 milhões de visitantes e um crescimento de 7% em relação a 2017.
Parques nacionais, 8 mil quilômetros de praias, montanhas, cachoeiras, dunas. Apesar de todo o seu potencial, o turismo no Brasil cresce timidamente. Em 2014, no ano da Copa do Mundo, quebramos pela primeira vez a barreira dos 6 milhões de visitantes estrangeiros.
Para comparação: naquele mesmo ano a Tailândia – país asiático com área 16 vezes menor do que o Brasil – recebeu 24 milhões de turistas. Por sinal, Bangcoc segue como segunda colocada no ranking, com 23,6 milhões e um aumento de 5,5% em relação a 2017.
Londres ocupa a 3ª posição global e foi a mais movimentada no continente europeu, com 20,7 milhões de visitantes. Potência turística poderosa há décadas, Paris ocupa a 6ª posição, com 16,8 milhões, atrás ainda de Cingapura e Macau, na China. De 2017 para este ano, o percentual de crescimento de visitantes na capital francesa caiu pela metade, se comparado à pesquisa anterior.
Na sequência das dez mais está Dubai, a mais agitada dentre as cidades do Oriente Médio. Com seus imensos arranha-céus envidraçados em meio ao deserto e sua vocação para ser a grande Las Vegas árabe, a cidade subiu duas posições no ranking. Passou de 15,7 para 16,6 milhões de turistas entre 2017 e 2018.
A próxima cidade da região na lista é Istambul, na 12ª colocação, com 12,1 milhões de viajantes.
Com um aumento tímido de 3,1% – de 13,1 para 13,5 milhões de visitantes – Nova York segue como a única cidade das Américas no topo do ranking (8a posição). Duas outras gigantes asiáticas fecham a lista, Kuala Lumpur, na Malásia, e Shenzen, na China. Vale registrar o crescimento vertiginoso de Delhi, na Índia, passando da 53ª para a 13ª posição em dois anos, com uma alta de 7,4 milhões de visitantes em 2016 para 12,5 milhões neste ano. Phuket, na Tailândia, caiu duas posições e fecha o ano em 11a no ranking.
Para ficar de olho
Entre as análises feitas pelo Euromonitor, algumas chamam atenção. O relatório destaca quatro cidades para serem observadas com cuidado nos próximos anos. Mumbai, na Índia, deve entrar no Top 10 da Ásia no próximo ano, com uma alta de 19% na expectativa de chegadas. Já o Porto, em Portugal, chega pela primeira vez esse ano no Top 100 e com prêmios como o Europe’s Leading Destination 2018 ganho no World Travel Awards deste ano, ainda deve crescer bastante.
O estudo aponta outros dois destaques. Osaka, no Japão, pulou 113 posições no ranking entre 2012 e 2017 – hoje ocupa a 30a colocação. Com um vigoroso fluxo de visitantes chineses, deve crescer cerca de 13% no próximo ano. E claro, a cidade ainda pode se beneficiar muito dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Por fim, vale ressaltar o crescimento de 32% das chegadas a Jerusalém em 2017 e a expectativa de bater os 38% esse ano. Assim, a cidade passou da 75ª para a 63ª posição no ranking global.
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