A invasão russa teve início na quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022, logo depois de o presidente Vladimir Putin ter reconhecido a independência de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia.
Moradores das principais cidades do país têm presenciado e sofrido com os ataques russos em seu território desde então.
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Com a guerra acontecendo no leste europeu, a imprensa internacional trabalha para noticiar cada passo dado pelos governantes dos países envolvidos e as consequências deste embate para a população.
No Brasil não é diferente e uma notícia que surpreendeu muita gente quando foi divulgada nos últimos dias diz que mais de 100 brasileiros procuraram a embaixada da Ucrânia em nosso país. O motivo? Se oferecendo como voluntário para lutar na guerra contra a Rússia.
Antes mesmo de Vladimir Putin dar o aval para os primeiro bombardeios na última semana, vários brasileiros já acompanhavam a situação através das redes sociais.
Quando a guerra de fato começou, os interessados em contribuir na defesa do território ucraniano começaram a aparecer.
Essa situação se intensificou após o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, anunciar no domingo (27/02), a criação da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, uma unidade militar formada por estrangeiros que desejam combater os russos no país.
A internet foi o principal meio pelo qual os brasileiros interessados em se voluntariar se informavam e trocavam informações sobre o procedimento necessário para integrar o exército da Ucrânia.
“Junte-se à legião internacional de forças de defesa territoriais da Ucrânia!”, diz uma publicação feita pelo governo ucraniano no Facebook.
Confira:
Pré-requisitos para lutar na Ucrânia
“Tenho vontade de ajudá-los“, disse um homem brasileiro em um post desses na internet. “Desejo saber como entrar para a Legião Internacional de Defesa Ucraniana”, comentou mais um. “Como faço para ser voluntário para lutar na Ucrânia?“, questionou ainda outro.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse em entrevista à imprensa internacional que os interessados em lutar a favor da Ucrânia deveria procurar a embaixada em seus próprios países.
“Estrangeiros dispostos a defender a Ucrânia e a ordem mundial como parte da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, eu convido vocês a contatar as missões diplomáticas da Ucrânia em seus respectivos países“.
Nesta quinta-feira (3), o encarregado de Negócios da Embaixada Ucraniana em Brasília, Anatoliy Tkach, afirmou que não foi possível responder a todos os pedidos que o órgão recebeu.
Mais de 100 brasileiros demonstraram interesse em integrar a Legião Internacional de Defesa do Território, criada pelo governo ucraniano. Entretanto, existem algumas exigências que o voluntário deve cumprir para ser aceito.
É necessário ter experiência em atividades de forças de segurança e falar ao menos o idioma inglês. Além disso, os brasileiros que querem lutar pela Ucrânia devem viajar por conta própria para a Europa e arcar sozinho com todos os custos.
Atualmente, não é possível sair do Brasil e chegar à Ucrânia de avião. Portanto, eles terão que fazer uma viagem aérea até a Polônia – país fronteiriço – para então se apresentar às forças de segurança ucranianas. Os gastos com passagens ficam em torna de R$ 7 mil.
“A inscrição se realiza lá na Ucrânia de pessoas com experiência (com algum tipo de treinamento militar)”, afirmou Tkach.
“Ultimamente, nós recebemos cartas (de interessados em se alistar) com propostas de ir lá para a Ucrânia para combater. Mais de cem”, disse ele.
O voluntário deve portar documentos como passaporte, uniformes e equipamento de trabalho militar. Os vistos são desnecessários. Assim que o “soldado” chegar no ponto combinado, ele deverá assinar um contrato.
Diante disso, a Embaixada da Ucrânia no Brasil disse por meio de nota que “não está fazendo alistamento para a Legião Estrangeira Ucraniana“ nem “campanha para adesão a esta formação militar”.
Segundo informações da ‘BBC Brasil’, “a maioria dos que buscam informações sobre como lutar contra os russos é composta por homens aparentemente jovens e de estados distintos como o Maranhão, São Paulo e Paraná”.
A maior parte dos descendentes de ucranianos no Brasil vive no Paraná. Uma comunidade estimada em aproximadamente 500 mil pessoas. Jornalistas da ‘BBC’ conversaram com um rapaz brasileiro que deseja lutar contra a Rússia na guerra da Ucrânia.
“Sede de aventura”
Ele afirmou que tem paixão por assuntos militares e muita “sede de aventura”.
“Eu sempre gostei do meio militar. No Brasil, infelizmente, eu não consegui servir ao Exército, mas agora, pretendo me alistar no exército da Ucrânia. É uma sede de aventura. Quero viver esse momento ao lado dos ucranianos“, disse o jovem, que pediu para não ser identificado.
Segundo o possível voluntário brasileiro, a única questão que o impede de ir agora é o preço das passagens aéreas para a Polônia.
“Não dá pra chegar de avião na Ucrânia. Tem que ir até a Polônia e depois atravessar a fronteira. A única coisa que me parou até o momento é o preço das passagens. Mas assim que eu tiver, eu vou“, contou à ‘BBC Brasil’.
O rapaz ressaltou, ainda, que não tem medo de morrer no combate. “Todo mundo vai morrer um dia. Eu não tenho medo de morrer lá, no confronto. Tenho só medo de quem vai ficar pra trás, a minha família”, afirmou.
Diferente desses homens que desejam viajar para lutar na guerra, já existem brasileiros lá. Alex Silva, de 47 anos, mora na Ucrânia desde 2015 e trabalha como instrutor de tiro e treinamentos na área de segurança.
Em entrevista por telefone à ‘BBC News Brasil’, ele relatou que está nos arredores da capital Kiev lutando ao lado dos ucranianos contra a invasão russa.
“Eu não escolhi participar dessa guerra. Eu vivia com minha família, aqui, tranquilamente. Eu, minha mulher e meus cachorros. Mas com essa invasão, não tem como ficar quieto assistindo tudo. Por isso me juntei aos voluntários“, disse Silva.
A respeito dos brasileiros que querem se juntar a eles na batalha, Alex falou que recebe várias mensagens pelas redes sociais.
“Eu recebi, sim, várias mensagens de gente querendo vir pra cá. Mas eu não estou aliciando ninguém. Tem gente empolgada, que claramente não aguentaria cinco minutos na linha de frente. Mas também tem muitos ex-militares que já têm experiência com armas e treinamento e que querem ajudar”, explicou ele.
Ele aproveitou para mandar um recado para os brasileiros empolgados com a guerra.
“Isso aqui não é videogame, não. A gente nunca sabe quando vai cair um míssil e matar todo mundo. Quem quiser ajudar, não precisa fazer isso só vindo aqui. As pessoas podem fazer doações de roupas, alimentos, dinheiro”, declarou o brasileiro.
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