Segundo informações repassadas pela Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do estado de Minas Gerais, a tragédia de Janaúba já deixou sete mortos. Dentre eles, cinco crianças, uma professora que tentou salvá-las e o próprio incendiário, que ateou fogo em si mesmo.
Na noite de ontem, as autoridades chegaram a confirmar a morte de uma sexta criança, de quatro anos. Por sorte, a informação foi corrigida nesta manhã: médicos conseguiram reanimar a criança após ela ter sofrido paradas cardíacas.
“Felizmente, por um erro de avaliação médica, uma criança do sexo feminino, de 4 anos, que estava em parada cardíaca, após sucessivas manobras de reanimação cardiopulmonar, foi reanimada”, afirmam em nota.
As vítimas fatais da tragédia foram cinco crianças, todas aos 4 anos de idade – Juan Pablo Cruz dos Santos, Luiz Davi Carlos Rodrigues, Ruan Miguel Soares Silva, Ana Clara Ferreira Silva e Renan Nicolas dos Santos Silva.
A professora Heley de Abreu Silva Batista, 43 anos, teve 90% do corpo queimado na tentativa de salvar as crianças e também morreu.
O homem que provocou o incêndio, Damião Soares dos Santos, 50 anos, era um funcionário da creche. Ele ateou fogo em si mesmo e acabou morrendo no hospital.
Feridos
Referência no tratamento de queimaduras, o Hospital João 23, em Belo Horizonte, recebeu 11 crianças feridas – que foram transportadas de avião. Duas professoras também foram encaminhadas à capital mineira. Todos os internados estão em estado gravíssimo.
Ainda, mais 19 crianças e uma adulta estão sendo tratadas na cidade de Montes Claros, também em Minas Gerais. As crianças têm de 1 a 6 anos de idade.
Outras 30 pessoas, entre militares e vizinhos, que participaram do resgate precisaram receber atendimento médico em Janaúba graças a queimaduras leves e inalação de fumaça. Pelos mesmos motivos, mais 12 crianças estão em observação no hospital do município.
Havia cerca de 60 crianças no Centro Municipal Infantil “Gente Inocente” na manhã da tragédia, quando o vigia arremessou gasolina em várias crianças e em si mesmo e ateou fogo em seguida. Um total de oito aeronaves foi mobilizada para o atendimento às vítimas – três da Polícia Militar, Polícia Civil e Bombeiros, duas dotadas de UTI móvel e três particulares, de empresários da região.
Mobilização
Na manhã de hoje, o enterro de uma das crianças mortas na tragédia gerou grande comoção e mobilizou uma enorme multidão. Carros, ônibus, motos e bicicletas compuseram o cortejo que levou o pequeno caixão com o corpo de Ana Clara Ferreira Silva, de 4 anos, ao cemitério São Lucas, na cidade de Janaúba.
“É inexplicável o que aconteceu, não tenho palavras. Ouvi no rádio que tinha fogo lá e na hora pensei nos meus netos. Tinha certeza que alguma coisa tinha acontecido com eles”, disse em entrevista o lavrador Antonio Pereira da Silva, avô de Ana Clara.
Deixe seu comentário