O professor de português Júnior Santos, de 24 anos, e seu namorado, o servidor federal Maycon Aguiar, de 23, não foram bem-vindos em um condomínio de apenas dez casas, em Vicente de Carvalho, na região norte da cidade do Rio de Janeiro (RJ), onde se mudaram há apenas um mês.
Júnior e Maycon moram juntos há cinco anos, desde que começaram a namorar, quando cursavam o curso de Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Eles se mudaram para o imóvel no fim de dezembro do ano passado. A nova casa abriria a eles a oportunidade de conquistar mais um sonho da vida em comum: comprar um carro.
No entanto, na última sexta-feira (19), os jovens tiveram que encarar uma carta de duas páginas com dizeres homofóbicos e racistas na janela de sua nova residência.
Atrás de um anonimato, o(a) autor(a) escreve: “nenhum morador do condomínio aprova o comportamento que envergonha Deus”. Citando trechos da bíblia, a pessoa responsável pelo texto pede para que o casal se retire para poupar seus filhos de viverem “com gente da laia de vocês”. “Gente de cor e afeminada ainda por cima não está no nível dos que moram aqui”, diz.
Os jovens levaram imediatamente o caso à delegacia de polícia, mas nenhum boletim de ocorrência foi aberto pelo fato da autoria da carta ser desconhecida. Então, o casal pediu, à administração do condomínio, a gravação das câmeras de segurança para identificarem quem colocou o texto em sua janela.
A administração enviou aos rapazes uma conversa de e-mail em que foi afirmado que as imagens seriam encaminhadas apenas à polícia.
“Cumpro com as minhas obrigações e débitos. Eu estou em dia e não vejo motivo para esse tipo de coisa acontecer, já que vivemos a nossa vida sem incomodar ninguém. Quero uma investigação para saber quem colocou esse papel na minha janela. Para que ela pague pelo que ela escreveu. Por mais que isso possa demorar, não vou desistir”, afirmou Júnior, em entrevista ao G1.
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