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Padre sai em defesa do colega afastado após escândalo gay: ‘não é crime’

Colega de batina disse que o pároco “não cometeu nenhum crime” e que “não houve adultério”, além de incitar violência contra a imprensa

Foto: Reprodução

O escândalo sexual de um padre do Rio Grande do Norte com um homem comprometido viralizou nas redes sociais nesta terça-feira (7).

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Elídia decidiu tirar satisfação com o padre Júlio César Souza Cavalcante após ficar sabendo que ele teve relações sexuais como Breno, marido dela, enquanto eles ainda estavam noivos.

O detalhe que deixa a história ainda mais bizarra é que o padre Júlio foi o responsável por celebrar o casamento de Breno e Elídia – depois de ter tido um caso com o noivo por meses.

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Após o áudio do “acerto de contas” entre o padre Júlio, Breno e a mulher traída, Elídia, ter tomado conta das redes sociais, agora o vídeo de outro padre saindo em defesa do colega religioso também se espalhou pela web – e sua declaração está dando o que falar.

Durante a missa de domingo (5) da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no município de Parnamirim, Rio Grande do Norte, o padre Antônio Murilo de Paiva afirmou que “em outros tempos”, o jornalista Gustavo Negreiros (responsável por divulgar o escândalo), teria uma arma apontada para a cabeça e “comeria o jornal”.

O padre disse ainda que já teriam colocado fogo na rádio.

“Se fosse em outro tempo, do Frei Damião, ele já teria organizado o povo para tocar fogo naquela rádio que fala mal dos padres. Você sabe que padres tinham exércitos. Era comum andarem com o 38 ‘de banda’. Eu vi isso várias vezes”, afirmou o padre Murilo.

Ele defendeu o companheiro de batina dizendo que ele não cometeu nenhum crime.

“Se fosse crime, qual o crime que não prescreve com 10 anos? Um ou dois crimes. Pedofilia, uma coisa assim… Se fosse crime… Não é crime. A conversa da mulher com o marido e com o padre foi em 2019. O fato, em 2012. O casal vive, e vive bem até hoje”, declarou o padre.

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Padre
Foto: Canva

“Ninguém defende os padres”

O líder católico continuou seu discurso criticando a sociedade atual, que está julgando o padre Júlio por um pecado cometido no passado, e que já foi confessado e perdoado por Deus.

“Que sociedade é essa, hein? Que mundo é esse em que a gente está vivendo? Um pecado não precisa ser confessado duas vezes. Estamos diante do tribunal sem que o acusado possa se defender, que são as redes sociais. Se o pecador se confessa, reconheceu seu limite, diante do seu limite, fez o seu papel de sacerdote, aconselhou, o conselho foi aceito, foi vivido e ele agora é condenado pelo tribunal aberto… o das redes sociais, afirmou o religioso.

Ele ainda fez questão de criticar os padres que estão em silêncio diante dessa situação.

“Que triste raça é essa de padre que não tem ninguém que defenda? Homens que se dão a vida inteira, todo dia e toda hora, e não tem ninguém que nos defenda? Nem nós mesmos? Que coisa, que coisa”. 

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Procurado pelo jornal ‘O Globo’, o padre Antônio Murilo se defendeu dizendo ter feito apenas uma “contextualização histórica” sobre como os padres agiam antigamente.

O religioso quis deixar claro que não incentivou a violência em seu sermão, até porque ele é contra o porte de armamentos.

“Não ameacei e nem mandei atear fogo em nada, eu apenas contextualizei historicamente as coisas. Hoje estamos em outro tempo, só que é preciso reagir porque estamos (os padres) sendo ameaçados, ninguém defende os padres. Nós que dedicamos 24 horas ao povo ficamos à mercê das difamações”, disse o padre.

Antônio Murilo de Paiva continuou afirmando que os “padres nunca são defendidos pela sociedade” e que o padre Júlio César cometeu um pecado – e não um crime.

“Outro ponto é que em momento algum eu disse que o padre em questão estava correto, mas ele reconheceu o pecado e foi se confessar. Também pediu que a outra pessoa fosse se confessar com outro padre. Não houve adultério, porque na ocasião eles não estavam casados“, afirmou o sacerdote católico sobre a polêmica.

“Mas, a partir do momento que ele se arrepende de coração e pede perdão, ele é absolvido do pecado e está apto à comunhão. O padre está sendo penalizado por um crime que não cometeu”, acrescentou ele, em entrevista ao ‘O Globo’.

Padre Antônio Murilo de Paiva aproveitou a ocasião para afirmar que é contra a homofobia e a favor da divulgação de casos de violência sexual que envolvam sacerdotes católicos.

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Jornalista se sentiu ameaçado pelo padre

Já o jornalista Gustavo Negreiros – responsável por divulgar o escândalo sexual do padre Júlio – disse que vai registrar um Boletim de Ocorrência contra o sacerdote, pois acredita que ele agiu em tom de ameaça durante o sermão de domingo (5).

A TV Ponta Negra, afiliada do SBT na região, emitiu uma nota de solidariedade ao jornalista atacado pelo padre.

“Queremos expressar a nossa solidariedade a Gustavo Negreiros e deixar claro que somos radicalmente contrários à toda e qualquer forma de tentativa de cerceamento e ameaça ao legítimo direito de informar, base do jornalismo”. 

Incitar a população a atear fogo em prédios de veículos de comunicação nunca foi e nem nunca será uma atitude plausível de quem quer que seja, muito menos de um sacerdote, ao qual sempre tivemos respeito e admiração e do qual esperamos a devida retratação”, finalizou a nota da TV Ponta Negra.

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Confira um trecho do sermão do padre Antônio Murilo, que saiu em defesa do padre Júlio:

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Leia a matéria abaixo para entender o caso:

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