Uma representação foi protocolada na tarde desta quinta-feira (6/4), na Procuradoria Geral da República (PGR) contra o deputado Jair Bolsonaro (PMDB-RJ). Ele é acusado de racismo após fazer declarações polêmicas sobre índios e negros em uma palestra no Rio de Janeiro. O material foi elaborado pela Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), junto à organização Terra de Direitos. Segundo a PGR, a representação foi entregue e deve ser analisada, mas não existe um prazo para a resposta. Caso o órgão aceite a queixa, será aberto um processo contra Bolsonaro, que deverá ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante um discurso no Clube Hebraico, na última terça-feira (4), o deputado afirmou que as reservas indígenas e quilombolas atrapalham a economia do Brasil. “Eu já fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles”, disse.
De acordo com o documento entregue na PGR, o deputado compara as pessoas pertencentes à comunidades negras a um animal, que tem a massa corporal medida através de arrobas. As organizações explicam também enfatizam que, ao se manifestar publicamente desta forma, Bolsonaro ratifica o discurso racista de ódio onde quilombolas não teriam lugar ou função na sociedade brasileira. Ademais, “o parlamentar desvirtua as políticas públicas destinadas às comunidades, sugerindo que seriam um gasto desnecessário do orçamento público.”
O convite para Bolsonaro palestrar veio do presidente do clube no Rio de Janeiro, Luiz Mairovitch, após o deputado ter sido vetado em evento similar no clube de São Paulo, depois de discussões entre integrantes da comunidade. Contrários a presença do parlamentar no evento, 150 pessoas protestaram em frente ao Clube Hebraico, gritando palavras de ordem como: “Judeu e sionista não apoia facista” e “quem permite torturar se esquece da shoá”.
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