A atriz e apresentadora Monica Iozzi, condenada a pagar R$ 30 mil ao ministro Gilmar Mendes por calúnia e difamação, defendeu seu posicionamento durante o programa ‘Conversa com Bial’, da TV Globo, na última quarta-feira (12).
Monica Iozzi foi processada por expressar sua opinião sobre o fato do ministro, que é presidente do Supremo Tribunal Federal, ter concedido um habeas corpus ao médico Roger Abdelmassih, depois de sua condenação a 278 anos de prisão por 58 estupros de pacientes sedadas.
Durante o programa, Iozzi demonstrou sua revolta com a situação. “Fpi na mesma época que aconteceram dois casos graves de estupros coletivos. Você vendo uma situação daquelas… as mulheres que foram na clínica desse homem buscando tratamento para engravidar, realizar o sonho de ser mãe, e de repente foram estupradas. E aí o ministro vai lá e concede o habeas corpus com uma justificativa que, eu sou leiga, mas não entendi”, afirmou.
A atriz ainda revelou que o ministro tentou fazer acordos com ela, devido à repercussão ruim do caso.”Ele propôs que eu apagasse o post que eu fiz, fizesse um novo post de retratação, me desculpando pelo que eu havia feito, com a mesma visibilidade. E ele também queria que eu desse R$ 15 mil em cestas básicas a uma instituição de caridade em Brasília”, disse.
Contudo, Monica se recusou a fazer acordo com Gilmar Mendes. “Li aquilo e falei ‘não’. Não sou rica, R$ 38 mil não é nem de longe pouco dinheiro para mim, mas eu acho que tem algumas coisas que se você tem certeza, vai até o fim. Parece piegas falar isso, mas eu lembro de ter uma sensação real de: ‘eu não falei nada de errado’. Eu vendo meu apartamento, mas eu não vou fazer um acordo com esse homem”, afirmou.
Monica acredita que é o direito dela, como cidadã, questionar a decisão de um ministro. “A justificativa do ministro é que me pegou. ‘Moniza Iozzi como figura pública tem que usar sua liberdade de expressão com responsabilidade’. A palavra liberdade já não deixa claro que você pode se expressar como você quiser, a não ser que você esteja sendo preconceituoso, cometendo algum crime, como racismo?”, questionou.
Ainda assim, depois da condenação, a atriz tomou a decisão de se afastar das redes sociais. “Sempre falei dos temas que me atraem. Politica, direito social, direito das mulheres, dos negros, e é claro que vai ter gente que diverge (…) Mas uma seguidora minha falou assim: ‘Monica, entendo e concordo com você, mas cuidado, você está perdendo a alegria’. E eu concordei, estava me afetando. Para a gente continuar lutando, você tem que ter aquela alegria, aquela esperança no fundo do coração. E as redes sociais estavam matando a minha esperança”, concluiu.
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