Daniel Cravinhos – condenado a 39 anos de prisão em 2002, após assassinar Manfred e Marísia Von Richthofen – quebrou o silêncio sobre a ex-namorada, uma das criminosas mais famosas do Brasil: Suzane Von Richthofen.
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Em entrevista ao jornalista Ullisses Campbell (autor do livro ‘Suzane, Assassina e Manipuladora’), Cravinhos, que hoje tem 42 anos e prefere ser chamado de Daniel Bento, está cumprindo o restante da pena em regime aberto e atualmente trabalha com customização de motos.
O crime foi premeditado por Suzane quando ela tinha apenas 18 anos. A jovem decidiu matar os pais pois eles não aceitavam o namoro dela com o instrutor de aeromodelismo na época.
Em 31 de outubro de 2002, Daniel e seu irmão, Cristian Cravinhos (então namorado e o cunhado de Suzane) foram até a casa da família, em um bairro nobre de São Paulo, e assassinaram Manfred e Marísia a pauladas enquanto eles dormiam.
Daniel foi condenado a 38 anos de prisão e cumpriu 16 em regime fechado, na Penitenciária de Tremembé (SP). Em 2018, Cravinhos deixou a cadeia para cumprir o resto da pena em regime aberto.
Questionado pelo jornalista Ullisses Campbell, ele disse que, se pudesse voltar no tempo, não se envolveria com Suzane.
Ele afirmou que não tem o que falar com a ex-namorada e, caso a encontrasse, trocaria de calçada. Segundo o ex-namorado, Suzane é “vítima de si mesma”.
Para Daniel, a história do casal acabou em 31 de outubro de 2002, quando cometeram o crime.
“Agora, ela [Suzane] é vítima de si mesma. Antes, tinha muita mágoa, raiva e tudo mais. No entanto, percebi que minha vida não andava para frente enquanto alimentava esses sentimentos negativos no coração. Sendo assim, se a encontrasse na rua, falaria ‘boa sorte na sua caminhada’. E mudaria de calçada”, disse Daniel Bento.
Sobre o crime, ele afirmou: “A ideia [de matar os pais] foi dela, mas não me eximo da responsabilidade. Uma pena foi a gente envolver o Cristian, que tentou melar o plano várias vezes”.
Daniel Cravinhos quer rever Andreas
Ainda durante a entrevista, Daniel Cravinhos revelou ter tido muitos pesadelos com o casal assassinado enquanto esteve preso.
“Hoje, o casal Richthofen aparece no meu sonho sempre fazendo coisas boas para mim. Outro dia sonhei com o Manfred e a Marísia me perdoando e apoiando o meu recomeço“, contou Daniel.
Ele se diz arrependido pelo crime e relatou que pensa muito em Andreas, o irmão mais novo de Suzane. “Ele é a maior vítima disso tudo”, admite.
Andreas tinha 14 anos quando os pais foram assassinados e chegou a falar em perdão na época do julgamento. Daniel sente que precisa reencontrá-lo.
“Esse perdão venceu porque ele era um garoto e hoje é adulto. Ainda não tive oportunidade de encontrá-lo depois que saí de Tremembé. O Andreas era meu irmão. Sonho com o dia em que terei um acerto de contas definitivo com ele. Ainda estou me preparando psicologicamente para procurá-lo, abraçá-lo e beijá-lo. Nem sei se tenho essa coragem. Só de pensar nele fico desestabilizado emocionalmente”, confessou Daniel Cravinhos.
Confira a entrevista com Daniel Cravinhos:
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