Uma mulher supostamente jogou a filha de três anos pela janela do quinto andar de um prédio na região do Jaguaré, na zona oeste de São Paulo, e se atirou em seguida, no início da madrugada de sexta-feira (24).
De acordo com o Corpo de Bombeiros, ambas as vítimas foram encaminhadas ainda com vida para o Hospital das Clínicas, por volta das 2h50. Segundo a unidade médica, o estado de saúde da criança é estável e a mãe teve múltiplas fraturas, com quadro grave.
O crime ocorreu em um edifício na Avenida Corifeu de Azevedo Marques. De acordo com a Polícia Civil, a mãe, Fernanda Fernandes Garcia, de 29 anos, cortou a tela de proteção da janela e por volta de 0h20 e atirou a filha enrolada em lençóis. Segundo a polícia, a menina estava dormindo quando foi arremessada pela janela em cima do para-brisa de um veículo que estava na garagem do prédio.
Depois de ter jogado a filha, a mulher passou cerca de uma hora trancada no próprio apartamento e ateou fogo às cortinas. Ela não respondeu à tentativa de negociação dos bombeiros ou dos policiais militares, e se jogou.
Caso Nardoni
O episódio lembra um crime que chocou o País: o assassinato de Isabella Nardoni, em 29 de março de 2008. O júri entendeu que os autores do crime foram o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, condenados a 30 e 26 anos.
Alexandre, pai da criança, foi condenado a 30 anos e dois meses de prisão, enquanto a madrasta Ana Carolina recebeu pena de 26 anos e oito meses. Os dois estão presos em penitenciárias de Tremembé, no interior paulista.
Em maio, Alexandre foi transferido para o regime semiaberto. Ele deixou sua cela na ala do regime fechado e foi levado para as dependências mais amplas do semiaberto na mesma penitenciária.
Anna Carolina Jatobá, condenada pelo mesmo crime, já é beneficiária das saídas temporárias desde 2017 e, no dia 7 de março, saiu da prisão para passar em casa o Dia das Mães.
Vizinha salvadora
Nadia e o marido entravam na garagem do prédio, na Avenida Corifeu de Azevedo Marques, na região do Jaguaré, zona oeste de São Paulo, quando ouviram um barulho do choque de algo pesado contra o para-brisa do carro. Eles não podiam imaginar que era uma criança de três anos, enrolada em lençóis, que havia sido supostamente jogada pela própria mãe pela janela.
“Foi Deus que fez a gente estar aqui exatamente neste horário”, disse Nadia, que voltada do supermercado, junto do marido, Carlos Roberto. A criança atingiu o automóvel, quicou e depois caiu no chão, a mais ou menos um metro de distância do veículo. Ele pegou a menina e deixou no colo de Nadia, que é cadeirante.
“Ela estava assustada, sem entender o que estava acontecendo. Mas eu consegui acalmá-la”, disse a mulher, que ficou com a garota até a chegada dos bombeiros.
“Graças a Deus ela (a criança) passa bem”, afirmou Nadia, que mora no quarto andar do prédio, mas não conhecia Fernanda nem a filha.
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