Antes de se entregar à polícia neste domingo (16), o médium João de Deus registrou um vídeo em que fala sobre as acusações de abuso sexual que enfrenta. Há mais de 335 relatos de mulheres de diversos Estados e pelo menos seis países – Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados Unidos e Suíça.
“Na hora que fiquei sabendo, eu me entrego à Justiça divina e à Justiça da Terra. E estou indo agora para me entregar. Fiquei sabendo pelo meu advogado, que está aqui presente”, afirmou ele, antes de convidar seu advogado, Ronivan Peixoto de Moraes Jr, e a jornalista Mônica Bergamo para seguir viagem, em uma estrada de terra, para se entregar à polícia.
Clique aqui para assistir ao vídeo.
Segundo matéria de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, João de Deus chegou a passar mal pouco antes de se entregar. “Trêmulo, pediu aos defensores para tomar um remédio sublingual. João de Deus é cardíaco”, diz o texto.
João de Deus se entregou às autoridades e foi preso, neste domingo (16), em Abadiânia (GO). O líder espiritual teve o mandado de prisão decretado no fim da manhã de sexta-feira (14) e negociava os termos de sua apresentação.
O médium é acusado de abuso sexual. Desde a revelação das primeiras denúncias, a Força Tarefa do Ministério Público recebeu mais de 335 relatos de diversos Estados e pelo menos seis países – Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados Unidos e Suíça. João de Deus atendia cerca de 10 mil pessoas por mês, das quais 40% eram estrangeiras.
Segundo a promotoria de Abadiânia, os abusos eram cometidos em “sessões particulares individuais” após o atendimento no Centro Dom Inácio Loyola. Pelo menos quatro funcionários são suspeitos de envolvimento no esquema.
Uma vez preso, o líder religioso seria levado para Goiânia, onde deve ocorrer o interrogatório. O MP de Goiás também investiga eventual movimentação suspeita de recursos financeiros, como transferência de dinheiro das contas de João de Deus. Reportagem na edição deste domingo do jornal O Globo diz que o médium fez retiradas de R$ 35 milhões desde que as primeiras acusações vieram à tona.
Abadiânia: sem turismo espiritual, cidade de João de Deus teme colapso
Deixe seu comentário