in ,

Estácio é investigada após demitir 1,2 mil professores e contratar com nova CLT

Universidade nega que esteja se aproveitando da nova lei trabalhista para realizar reestruturação

A decisão da Universidade Estácio de Sá de demitir 1,2 mil professores para contratar profissionais por um salário menor para o ano letivo de 2018 já está no radar do Ministério Público do Trabalho. A universidade explicou ao Ministério Público que os salários estavam inviabilizando a atividade da empresa, e que as demissões fazem parte de um remanejamento interno.

“Se a Estácio pagar tudo o que deve aos professores demitidos e contratar (os novos profissionais) pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não tem problema algum, mas o MPT está atento”, disse a assessoria do órgão.

Na avaliação do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região, as demissões vão prosseguir e devem atingir 1,5 mil professores, dos 10 mil no País inteiro. Após a primeira reunião nesta quinta-feira (7), com professores e coordenadores demitidos, o sindicato decidiu promover nesta sexta (8) uma manifestação na sede da universidade no Estácio, no centro do Rio, primeira unidade da empresa na cidade. O objetivo é a readmissão de todo os professores, disse o diretor do sindicato Hélio Maia, que acusa a Estácio de ter esperado a reforma trabalhista entrar em vigor para iniciar as demissões.

Ele informou que cerca de cem professores estiveram presentes na reunião e que a indignação é geral. Todos foram pegos de surpresa, disse Maia, e alguns no meio da aula. Os professores demitidos têm entre 10 anos e 31 anos na Estácio. “O que nos assusta é a qualidade dos professores demitidos, esse grupo foi o que levou a Estácio à segunda posição no ranking do ensino no Brasil, com certeza a qualidade agora vai cair”, afirmou.

Veja também:
Em busca da Alma Gêmea: afinal, quantas vezes o cantor Fábio Jr. já se casou?

Desempenho

Uma das principais empresas de ensino no Brasil, a Estácio negocia ações na Bolsa de Valores de São Paulo e tem chamado a atenção pelo crescimento e bons resultados. A empresa tem investido no Ensino a Distância (Ead) e este ano foi alvo do interesse da principal empresa brasileira do setor, a Kroton. A compra não foi adiante por impedimento do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), alegando que haveria concentração de mercado.

O professor José Antonio Barros, de 66 anos, ou apenas Barros, como é conhecido há 18 anos pelos alunos da Estácio, foi um dos surpreendidos pela demissão. Responsável por cinco cursos de graduação na área de gestão de Recursos Humanos e de dois na pós-graduações na área de saúde na universidade, Barros vem recebendo mensagens diárias de alunos perdidos por não saber como será a continuidade dos cursos.

“Nunca tive tanta desconsideração na minha carreira, todos os demitidos foram os que formaram a eficiência da Estácio. A qualidade da universidade vai cair, eles só pensam no lucro. A intenção é reduzir cada vez mais a participação do professor”, afirmou.

A Estácio negou que esteja se aproveitando da nova lei trabalhista para realizar a sua reestruturação, já que as contratações se darão pelo mesmo regime de trabalho dos professores que estão sendo desligados.

Em Destaque

Recomendamos para você

Deixe seu comentário

Globo afasta ator de minissérie após acusação de estupro

Homem enfrenta incêndio para salvar coelho em perigo