Mais um capítulo na história bizarra do jogador de vôlei italiano Roberto Cazzaniga, que acreditou que namorava a modelo brasileira Alessandra Ambrosio por mais de 13 anos.
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A golpista que o enganou usou os 700 mil euros (cerca de R$ 4,3 milhões) tirados do atleta em todos esses anos para reformar a casa em que vive com os dois filhos, relataram vizinhos.
Valeria Satta é o nome da mulher que, em 2008, criou um perfil utilizando fotos de Alessandra Ambrosio. Apresentada por uma amiga em comum, começou a se relacionar com Roberto Cazzaniga.
Sem nunca terem se conhecido pessoalmente – nem por vídeo-chamada – o jogador se envolveu com Maya, pseudônimo usado pela golpista que dizia ser Alessandra Ambrosio.
A golpista italiana vive em um imóvel na Sardenha, uma ilha no mar Mediterrâneo. Ela mentia para para Roberto dizendo que sofria de problemas cardíacos.
Na tentativa de ajudar a ‘Alessandra Ambrosio Fake’ a pagar por procedimentos de saúde, o jogador de vôlei pediu dinheiro emprestado para amigos e até pediu empréstimos, fazendo uma dívida que até hoje não conseguiu pagar.
A responsável pelo golpe, Valeria Satta, tem 55 anos, é desempregada e mora em um vilarejo de Capoterra perto de Cagliari chamado Frutti d’oro.
Foi na reforma deste imóvel que ela provavelmente investiu o dinheiro extorquido de Cazzaniga durante o tempo que eles namoraram à distância.
Alguns vizinhos dela relataram ao jornal italiano ‘La Nuova Sardegna’ que a obra foi feita em 2017, com direito a “pisos, luminárias, banheiros, janelas: tudo novo“.
Familiares e amigos de Roberto, vendo a situação vivida por ele durante 13 anos, já desconfiavam se tratar de um golpe. Afinal, ele falava da namorada, mas nunca tinham se visto pessoalmente pois ela sempre arrumava uma desculpa.
Eles começaram a investigar e contaram a história para um programa de TV, que descobriu tudo. Diante da verdade, Roberto denunciou a falsa namorada à polícia.
Segundo a imprensa local, o caso foi encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se a investigação será realizada na comuna de Cagliari, na Sardenha, ou na cidade onde mora a vítima.
Falsa Alessandra Ambrosio: o golpe do estelionato sentimental
O golpe aplicado por Valeria Satta em Roberto Cazzaniga é mais comum do que as pessoas imaginam. Segundo advogados, se tornou o “crime da moda” durante a pandemia da Covid-19.
Intitulado “estelionato sentimental ou afetivo”, consiste em um plano orquestrado por um criminoso que faz juras mentirosas de amor ou de afeto para conseguir vantagens em troca, como dinheiro e bens patrimoniais.
Durante a pandemia, que as pessoas se viram em casa sem poder socializar e se relacionar com outras pessoas, muita gente começou a se envolver através das redes sociais e aplicar este golpe.
Contudo, nem todas as pessoas utilizam a imagem de pessoas bonitas e famosas para praticar o estelionato sentimental. Tem golpista que ganha a vítima através de demonstrações de interesse, admiração, atenção dada à pessoa e muito romantismo.
“De modo geral, o estelionatário sentimental cria com a vítima uma relação de dependência emocional muito grande. Antes de pedir o dinheiro, ela se torna a pessoa mais romântica e maravilhosa do planeta”, explicou a advogada criminalista Maíra Fernandes em entrevista ao jornal ‘Metrópoles’.
Diferente do caso do jogador de vôlei italiano, geralmente as mulheres são as maiores vítimas do estelionato sentimental.
Para que o crime seja confirmado, é necessário que tenha ocorrido fraude ou mentira como estratégia para ganhar dinheiro ou patrimônio. “O alvo precisa ter sido ludibriado para favorecer o bandido”, destaca a matéria do ‘Metrópoles’.
“Não é crime induzir alguém a acreditar em sentimentos não verdadeiros, por exemplo. É preciso haver fraude e que a vítima tenha sido induzida a erro, para a configuração do estelionato, ainda que no âmbito de relações pessoais ou afetivas”, disse a criminalista Fernanda Tórtima.
Ainda segundo advogados criminalistas, no Brasil, a punição para o crime de estelionato é considerada baixa pelos especialistas – de 1 a 5 anos de prisão.
Entretanto, essa pena pode aumentar e até dobrar se a vítima for um idoso com mais de 70 anos ou vulnerável, pessoa com deficiência mental, criança ou adolescente.
Na realidade, só costuma dar cadeia quando o criminoso faz mais de uma vítima ou além do estelionato, também pratica crimes como falsidade ideológica ou lavagem de dinheiro.
“É um crime horrível em que pesa a pena ser ridícula. E é o crime da moda. Nessa fase de pandemia, com pessoas o dia inteiro na internet, virou a coisa mais fácil do mundo“, critica a desembargadora Ivana David, do Tribunal de Justiça de São Paulo, em entrevista ao ‘Metrópoles’.
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Atleta que acreditou namorar Alessandra Ambrosio quebra o silêncio: ‘nunca duvidei’
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