Celebridades se mobilizaram nas redes sociais contra o decreto que extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). A hashtag #TodospelaAmazonia chegou aos trending topics do Twitter no Brasil.
A modelo Gisele Bündchen foi uma das primeiras personalidades a usar o Twitter para criticar o decreto. “Vergonha! Estão leiloando nossa Amazônia! Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados”, disse Gisele na rede social.
VERGONHA!Estão leiloando nossa Amazônia! Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados https://t.co/WvtHdaKYYX
— Gisele Bündchen (@giseleofficial) August 24, 2017
Depois de grande repercussão da postagem, a modelo publicou uma foto com mais uma mensagem: “Convoco todos os brasileiros a dizerem não ao abrandamento da proteção da Amazônia, seja por decreto, medida provisória, projeto de lei ou o que for. Vamos nos unir e usar a hashtag ‘#todos pelaamazonia’ e mostrar ao governo que não estamos de acordo com o fatiamento da Amazônia para exploração. Essa é a nossa floresta, nossa água, nossa vida – nosso planeta!”, escreveu Gisele. A mesma foto foi também postada pela cantora Elba Ramalho no Twitter.
— Gisele Bündchen (@giseleofficial) August 24, 2017
A cantora Ivete Sangalo publicou no Instagram uma foto com os dizeres “Temer extingue reserva e autoriza exploração mineral na Amazônia”, acompanhada de um comentário: “Quanta notícia difícil de aceitar. Brincando com o nosso patrimônio? Que grande absurdo. Tem que ter um basta”, escreveu Ivete. A cantora Gaby Amarantos também criticou o decreto pelo Twitter: “#todospelaamazonia. Não podemos permitir que Temer negocie nossas reservas e florestas como se fossem moeda de troca!”, disse.
A atriz Regina Casé publicou no Instagram um vídeo que mostra a diversidade biológica na região amazônica e comentou: “Isso é a Amazônia. Não podemos deixar que acabem com essa força. Nós dependemos disso pra viver. É a água que a gente bebe, é o ar que a gente respira. O que você quer para seus filhos e netos? Essa semana, Michel Temer assinou um decreto que libera 47 mil km² da Amazônia para exploração privada de mineradoras. É uma região do tamanho da Dinamarca que engloba reservas ambientais e tribos indígenas. #TodosPelaAmazônia”, disse Regina.
No Instagram, o ator Thiago Lacerda criticou diretamente o presidente Michel Temer pelo decreto. “Sempre esteve claro o desastre que seria se Temer assumisse a presidência, mas é impressionante a capacidade destrutiva dessa figura nefasta! Uma notícia horrível atrás da outra… Decisões criminosas se sucedem numa progressão geométrica! Vai dar trabalho e vai levar muito tempo, desfazer todo o desserviço prestado por esse indivíduo denunciado pela Procuradoria Geral da República e que já deveria ter sido retirado de lá! #foratemer”, escreveu Lacerda.
O ator Cauã Reymond também usou o Instagram para manifestar indignação. “Mais um passo pra trás! O presidente Temer liberou a extinção da Reserva Nacional de Cobre e Associados na Amazônia. Uma área de 47 mil quilômetros de verde que deixará de existir para dar lugar à exploração de minérios pela iniciativa privada. Retrocesso que ameaça todo nosso futuro. #TodosPelaAmazônia”, publicou o ator.
O governo federal emitiu nota para explicar a extinção da Renca, alegando que “nenhuma reserva ambiental da Amazônia foi tocada pela medida”. “A extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) não afeta as Unidades de Conservação Federais existentes na área – todas de proteção integral, onde não é permitido a mineração”, alega o governo.
De acordo com a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, qualquer empreendimento futuro que possa vir a impactar áreas de conservação estaduais do Amapá e Pará “terá de cumprir exigências federais rigorosas para licenciamento específico, que prevê ampla proteção socioambiental, como já mencionado no decreto”.
“A Renca não é um paraíso, como querem fazer parecer, erroneamente, alguns. Hoje, infelizmente, territórios da Renca original estão submetidos à degradação provocada pelo garimpo clandestino de ouro, que, além de espoliar as riquezas nacionais destrói a natureza e polui os cursos d ‘água com mercúrio”, destaca a nota.
O governo argumenta ainda que a nova legislação permite coibir a exploração ilegal, recolocando sob controle do Estado “a administração racional e organizada de jazidas minerais importantes, que demandam pesquisas e exploração com alta tecnologia”. “O compromisso do governo é com soberano desenvolvimento sustentável da Amazônia, sempre conjugando preservação ambiental com geração de renda e emprego para as populações locais”, finaliza o documento.
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