O jornalista Marcelo Migliaccio, filho do ator Flávio Migliaccio, publicou uma carta aberta em sua conta no Facebook. No texto, ele fala sobre a morte do pai, que tirou a própria vida na última segunda-feira (4), aos 85 anos de idade.
Marcelo inicia o relato dizendo que a melhor parte desta situaçã é o apoio das pessoas que gostavam de seu pai.
“Eu sabia que o meu pai era muito querido pelo Brasil inteiro. O que eu não fazia ideia era do quanto eu tinha amigos, pessoas que ontem e hoje se preocuparam em me dirigir palavras de consolo, de otimismo e de resignação. Ex-colegas de trabalho, das escolas, da faculdade, dos bairros onde morei e muita gente que sequer conheço pessoalmente. Essa é a melhor parte desse capítulo”, diz o jornalista.
O filho fala ainda que Flávio dava indícios constantes de que não suportava mais viver e conta que, em breve, um documentário será lançado sobre a vida e carreira do ator.
“Ele sempre me dizia que não aguentava mais viver num mundo como esse e sentir seu corpo deteriorar-se rápida e irreversivelmente pela idade avançada”, escreveu.
“Pouco escutava e enxergava. ‘Daqui para frente só vai piorar’, ele me dizia enquanto eu buscava todos os argumentos possíveis para lhe mostrar que ainda havia muita coisa boa reservada para ele. Como o prêmio de melhor ator de televisão de 2019, que incrivelmente ele ganhou aos 84 anos de idade. Ou como ver no cinema o documentário sobre sua vida e sua carreira que estamos preparando para breve”, afirmou.
Outro assunto tratado por Marcelo neste texto foi tamanha inteligência que seu pai possuía. Ele afirma que aprendeu, com ele, a respeitar as convicções das pessoas e vai guardar muitas lembranças dos momentos vividos juntos.
“Mas meu pai tinha uma inteligência enorme e era difícil demovê-lo de alguma coisa em que acreditasse. Infelizmente, ele agora é para nós só uma imensa saudade e lembranças maravilhosas. Lembranças de alguém que me ensinou o que é amar um ofício. Alguém que me mostrou a magia da criatividade. Me fez ver que a maior prova de amor que se pode dar a uma pessoa é respeitar suas convicções, suas decisões, seu jeito de ser e de não ser”, disse.
O jornalista conclui o texto agradecendo todas as mensagens de amor que a família tem recebido. Ele também afirma que os policiais que fotografaram o corpo do pai morto e compartilharam nas redes sociais responderão judicialmente pelo ato.
“Agradeço de coração a todos que me enviaram mensagens. Fizeram um bem enorme a mim e a ele, onde quer que ele esteja nos esperando. PS: Quanto aos policiais militares que fotografaram com celular a cena mórbida no quarto do sítio e colocaram a imagem em redes sociais, o estado do Rio de Janeiro responderá judicialmente por ter pessoas assim a representá-lo”, conclui.
Confira a publicação original:
Deixe seu comentário