O Fluminense de Feira desistiu de contratar Bruno Fernandes de Souza, o goleiro Bruno, após grande repercussão negativa vinda do comentário feito pela jornalista Jessica Senra na TV Bahia. A negociação, que já estava bem encaminhada, foi vetada pelo clube após verem a indignação de torcedores nas redes sociais.
Condenado pelo assassinato e pela ocultação do cadáver da modelo Eliza Samúdio, em 2010, Bruno cumpre pena em regime semiaberto domiciliar desde julho de 2019.
O presidente do time baiano, Ewerton Carneiro, conhecido como Pastor Tom, em entrevista coletiva, disse que “devido à grande manifestação de uma parte da torcida, em especial a torcida feminina, e da grande movimentação nas redes sociais, a diretoria do Fluminense de Feira desistiu da contratação do goleiro Bruno Fernandes, ex-Flamengo”.
Ainda segundo o presidente, esses dias foram de muita confusão para ele e para a diretoria do clube. Ele completou que a administração é nova e não pretende gerar polêmicas.
“Muito pelo contrário. Nós queremos resgatar aquelas pessoas que iam para o estádio para que voltem ao estádio. Essa é a nossa preocupação, de trazer os torcedores de volta para o clube”, disse.
Ewerton Carneiro afirma que a decisão do time foi feita baseada na pressão popular. “Foi um apelo da torcida, foi um apelo do povo, então só quem não ouve o povo é porque é maluco”, contou o dirigente.
Ele admitiu, ainda, que viveu um dilema religioso com a possível contratação de Bruno. “Olha que eu não estou aqui para julgar. A Bíblia é muito clara. Deus, numa parábola, ele fala: ‘quem não tenha pecado que lance a primeira pedra’. E todos que estavam ali saíram e se mandaram”, disse.
“Eu, como um pastor evangélico, tenho que lutar para ressocializar as pessoas, para que aquela pessoa venha a ser transformada. Como homem de Deus eu vou continuar fazendo isso, mas o apelo da torcida e da sociedade foi mais importante”, finalizou.
Comentário de jornalista ampliou repercussão do caso
A jornalista responsável pelo comentário contrário à contratação do goleiro Bruno pelo Fluminense de Feira, Jessica Senra, foi entrevistada pelo portal ‘UOL Esporte’ e disse que, se ele tivesse praticado crimes que não atentassem contra a vida e a dignidade humana, talvez nós não nos incomodaríamos tanto.
“Foi uma repercussão imensa. Eu vi mais gente contra a contratação do que a favor. Vi que o clube desistiu da contratação por causa da repercussão. Eu queria de coração dizer que acho que ele precisa ter a possibilidade de recomeçar. Para mim, há duas questões importantes: a crueldade desse crime e a posição de prestígio que um jogador de futebol tem”, declarou.
A jornalista disse, ainda: “A repercussão foi grande e gerou a desistência da contratação. Essa resposta é importante porque a gente mostra como sociedade que tem coisas que a gente não tolera, mesmo que a lei permita”.
No entento, segundo o jornal ‘O Globo’, Bruno Fernandes está perto de fechar com o Operário de Várzea Grande, time que disputa a primeira divisão do campeonato mato-grossense.
De acordo com o supervisor de futebol do clube, André Xela, Bruno terá um salário mensal de R$ 4 mil a R$ 6 mil. Além de já ter pedido preparador de goleiros, ele deve estar apto para jogar em dois meses.
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