Laura Máximo
Desiludida e enfrentando graves problemas financeiros, Carla Dalvitt recorreu à religião como forma de conforto, mas acabou se arrependendo. Há 11 anos, conheceu a Igreja Universal do Reino de Deus e passou a frequentar os cultos da célula evangélica. O marido não acompanhava a lojista, mas respeitava sua fé.
No início, já não foi fácil reverter 10% de sua pequena renda como dízimo para a Igreja, mas a situação piorou quando Carla acabou entregando quase tudo que tinha à Universal. Ao todo, a gaúcha doou um carro, um colchão, um computador, dois aparelhos de ar condicionado que vendia em sua loja, joias, um fax, uma impressora e alguns móveis de cozinha durante um evento que prometia muitos milagres.
Quase imediatamente, Carla caiu em si do que considera uma “lavagem cerebral”, se arrependeu dos próprios atos e tentou reaver os bens, mas já era tarde demais. “Depois disso eu fiquei na dúvida, pensei em desistir. Mas eles sempre falavam que tinha uma maldição para quem prometeu e não doou, que a pessoa ia ser amaldiçoada e eu fiquei pensando na maldição”.
Se sentindo lesada, Carla entrou na justiça contra a Universal e foi vitoriosa em todas as instâncias, o caso segue para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Caso vença novamente, deve receber o valor de todos os bens além de indenização.
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