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Gilberto Barros é condenado à prisão por dizer que vomita e bate em gays

Juíza concluiu que apresentador praticou e incentivou a homofobia em programa exibido pelo YouTube em 2020

Foto: Reprodução/Facebook

Gilberto Barros foi condenado à prisão devido a falas homofóbicas proferidas por ele durante o programa ‘Amigos do Leão’, exibido pelo YouTube em setembro de 2020.

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Em sentença publicada nesta sexta-feira (12) na 4ª Vara Criminal do Foro Central Criminal Barra Funda, a juíza Roberta Hallage Gondim Teixeira condenou Gilberto Barros pelo crime de discriminação.

Em 9 de setembro de 2020, eu seu programa transmitido pelo YouTube em um canal com cerca 199 mil inscritos, Gilberto Barros contava sobre a época em que trabalhou na Rádio Globo, na década de 1980.

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“Você lembra a hora que eu acordava para trabalhar na Rádio Globo, quando cheguei a São Paulo, em 1984? Tinha que acordar às 2h30 e ainda presenciar, no lugar onde guardava o carro, beijo de língua de dois bigodes. Porque tinha uma boate gay lá na frente”, disse ele.

“Não tenho nada contra, mas também vomito, sou gente. Naquela época ainda, imagina. Chegando do interior… Hoje em dia, se quiser fazer [na minha frente], faz, mas apanha os dois, declarou Gilberto Barros ao vivo.

Na época, o jornalista e ativista dos direitos LGBTQIA+, William de Lucca Martinez, denunciou Gilberto Barros ao Ministério Público pelo crime de homofobia. Segundo ele, a fala do réu incentiva a violência.

“Não é admissível que um comunicador use um espaço para incentivar a agressão contra homossexuais. É um crime e ele responderá por isso!”, disse de Lucca na ocasião.

No processo concluído na última semana, a magistrada declarou que Gilberto Barros praticou e induziu a discriminação e preconceito de raça, sob o aspecto da homofobia“. 

A defesa de Gilberto pediu a absolvição do réu por “atipicidade da conduta”. Os advogados dele afirmaram que Gilberto não teve a intenção de atacar publicamente a comunidade e que buscava “defender as minorias”. (????)

Gilberto Barros recebeu uma pena de 2 anos de reclusão em regime aberto e pagamento de 10 dias multa e prestação de serviços à comunidade. Ainda cabe recurso.

Entretanto, como Gilberto Barros é réu primário e a pena foi inferior a quatro anos, a juíza Roberta Hallage Gondim Teixeira acabou substituindo a prisão por medidas restritivas de direito.

Ele deverá prestar serviço à comunidade pelo tempo da pena e pagar cinco salários mínimos, revertidos na compra de cestas básicas para organizações sociais.

Depois da condenação de Gilberto Barros ter sido divulgada, William comemorou a sentença no Twitter: Hoje é um dia histórico“. 

Gilberto Barros - apresentador
Foto: Reprodução/Facebook

À Justiça, Gilberto Barros disse estar constrangido com a situação, pois sempre usou sua arte ou ofício para melhorar o país”.

Ainda durante a sentença, a juíza afirmou o que a defesa de Gilberto Barros alegou: “Pelo seu sangue italiano ele costuma falar muito. Sempre busca apresentar pessoas que produzem o bem para a sociedade”. 

“Relata que no programa estava comemorando os 70 anos da televisão brasileira. Jamais teve a intenção de incitar a violência. Relata que a fala refere-se a um episódio por ele assistido quando tinha 26 anos. Observou ser caipira do interior e tudo era um tabu na época”, disse ela.

Após a condenação, o advogado do jornalista William de Lucca Martinez enviou um comunicado ao portal ‘Uol’ com as considerações sobre o caso. Leia:

“Estamos felizes porque esta decisão fortalece a luta contra as intolerâncias dirigidas contra a população LGBT, que muitas vezes aparece de forma velada, como uma brincadeira. Só que os efeitos de comentários pejorativos, como fez Gilberto Barros, repercutem de forma real e muito cruel na vida destas pessoas, gerando dor e sofrimento. Fortalece também a luta pelos direitos humanos, ao tornar concreta a decisão do Supremo Tribunal Federal que equiparou crimes de homofobia e transfobia aos crimes raciais”. 

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