Gypsy Rose Blanchard, marcada por um passado sombrio e uma história que desafiou a realidade, está prestes a deixar a cadeia nesta sexta-feira (29).
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Sua trajetória, repleta de enganos e um ato fatídico, chocou os Estados Unidos e transcendeu as fronteiras, ecoando como um enredo saído diretamente de uma produção de suspense.
Condenada em 2016 por um crime chocante, Gypsy Rose cumpriu uma pena de 10 anos pela morte de Clauddine “Dee Dee” Blanchard – a própria mãe.
O ato brutal ocorreu de maneira macabra: uma confissão de homicídio postada no Facebook pela própria Gypsy. Isso facilmente instigou as autoridades a investigarem a residência da família no Missouri.
Ali, na cena do crime, Gypsy e seu cúmplice, o namorado Nick Godejohn, foram presos pela polícia. Na época, com 23 anos, ela admitiu a culpa no assassinato de segundo grau.
Contudo, o coração do julgamento revelou uma realidade tortuosa: Gypsy foi vítima da rara Síndrome de Munchausen por Procuração, um tipo abuso onde o cuidador inventa ou induz doenças na criança para atrair atenção e simpatia.
Este foi, infelizmente, o método de Dee Dee durante praticamente toda a vida da filha Gypsy, conforme a defesa destacada em tribunal.
Veja fotos da mãe e da filha:
Gypsy relembrou o tormento vívido sob a guarda de Dee Dee em uma entrevista à Revista ‘People’.
“Ninguém jamais me ouvirá dizer que estou feliz por ela estar morta ou que estou orgulhosa do que fiz. Me arrependo todos os dias“.
Desde os 7 anos, Gypsy foi submetida a um calvário de doenças inventadas, desde distrofia muscular, que cumpriu a obrigação de usar cadeira de rodas, até leucemia, justificativa para que Dee Dee lhe raspasse a cabeça.
O assassinato, revelou Gypsy, foi um ato desesperado para escapar do abuso mental e físico contínuo, inclusive de mais uma cirurgia imaginária que estava por vir.
A história chocante de Gypsy Rose Blanchard não apenas capturou as manchetes, mas também produziu a aclamada minissérie ‘The Act’ em 2019, estrelada por Joey King e Patricia Arquette.
A produção da Hulu, que retrata os eventos sombrios e complexos da vida de Gypsy, foi reconhecida com um ‘Emmy‘ e um ‘Globo de Ouro‘, solidificando a narrativa como uma das mais intrigantes e trágicas dos últimos tempos.
Patricia Arquette interpretou a mãe de Gypsy Rose (vivida por Joey King) na série The Act:
O assassinato da mãe de Gypsy Rose
Ainda sobre os anos terríveis que viveu sob os cuidados da mãe, Gypsy revelou detalhes ainda mais sombrios.
“Obviamente eu sabia que podia andar e não precisava de sonda de alimentação, mas todo o resto era uma grande confusão para mim“.
Essas palavras de Gypsy Rose Blanchard ecoam uma realidade repleta de enganos e manipulações, delineando o caminho tortuoso que levou ao cárcere e, agora, à beira da liberdade.
Diagnosticada falsamente com epilepsia, ela relembra como era constantemente ludibriada por Dee Dee, sua mãe.
“Sempre que eu a questionava, minha mãe dizia que eu ‘tive uma convulsão na noite anterior e não me lembrava’. Sempre havia uma desculpa”.
A jovem detalha a influência manipuladora de Dee Dee em sua infância: “Eu expressava preocupações, dizendo: ‘Eu realmente sinto que não preciso disso‘, e ela ficou muito, muito chateada comigo e começou a me manipular”.
Gypsy descreveu um cenário onde recompensas e punições delineavam sua existência: “ela dizia ‘Se você se sair bem no hospital, então iremos à Toys ‘R’ Us comprar uma nova Barbie‘”.
A jovem estava confinada a uma realidade distorcida, com seu único vislumbre do mundo exterior vindo dos filmes da Disney, que pouco fez para alertá-la sobre os perigos dentro de seu próprio lar.
Na adolescência, a relação entre mãe e filha se deteriorava ainda mais. “Eu tentei o meu melhor para ser respeitosa, mas às vezes era difícil. Ela me chamava de coisas como vadia, vagabunda etc.”, conta Gypsy.
A violência tornou-se parte de sua rotina, com Dee Dee recorrendo a agressões físicas para manter sua filha sob controle.
“Era muito parecido com um tipo de relacionamento de violência doméstica. Contanto que você seja complacente, está tudo bem. A contrarie, e então será ruim”.
A situação atingiu um ponto crítico quando Gypsy planejou fugir, um ato de desespero frente a mais um procedimento médico inventado.
“Eu simplesmente não estava aceitando. Ela me encontrou, me trouxe de volta e preparou a papelada dizendo que eu era incompetente e que ela tinha uma procuração sobre mim”.
Sentindo-se encurralada, ela conspirou com o namorado Nick Godejohn, que conheceu online, para pôr um fim à situação.
“Ele disse: ‘Eu faria qualquer coisa para proteger você‘. Eu disse: ‘Qualquer coisa?’. Ele disse sim“.
Enquanto Gypsy reflete sobre os anos de terapia e introspecção na prisão, confirmando que sua mãe não merecia o destino trágico, Nicholas Godejohn permanece encarcerado, tendo recebido uma sentença mais severa (prisão perpétua) por ter deferido o golpe fatal.
Veja como está Nicholas Godejohn hoje em dia:
“Ela não merecia isso. Ela era uma mulher doente e, infelizmente, eu não fui educada o suficiente para ver isso. Ela merecia estar onde eu estou, sentada na prisão cumprindo pena por comportamento criminoso”, admite Gypsy.
Agora, às vésperas de recuperar sua liberdade, Gypsy Rose Blanchard se prepara para compartilhar sua história em ‘The Prison Confessions of Gypsy Rose Blanchard‘, uma série documental que promete lançar luz sobre as complexidades de relacionamentos abusivos.
“Quero ter certeza de que as pessoas em relacionamentos abusivos não recorram ao assassinato. Pode parecer que todas as vias estão fechadas, mas há sempre outra maneira. Faça qualquer coisa, mas não tome esta atitude”, ela aconselha.
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