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Hackers mudam candidata de Medicina que fez 1.000 no Enem para Produção de Cachaça

Estudante de 23 anos destaca que ação prejudicou não só a ela, mas a quem queria vaga no outro curso

Uma ação desconhecida, provavelmente oriunda de hackers, fez com que a inscrição de uma estudante no site do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), fosse modificada no início desta semana.

Tereza Gomes, de 23 anos, tirou nota máxima na prova de redação do teste. Ela tentava vaga para o bacharelado em Medicina, mas sua inscrição foi transferida para o curso de Produção de Cachaça, no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG), na cidade mineira de Salinas.

A jovem moradora de João Pessoa (PB) não foi a única a sofrer com a ação dos hackers. Outra estudante, que preferiu não se identificar, disse, à revista Época, que sua inscrição havia sido modificada para que ela concorresse a uma vaga no curso de Ciências Sociais.

Tereza Gomes havia conquistado nota máxima na redação do Enem (Foto: Arquivo pessoal)
Tereza Gomes havia conquistado nota máxima na redação do Enem (Foto: Arquivo pessoal)

A estudante relatou que havia acessado o sistema na última sexta-feira (27), mas havia desistido de prestar para Medicina porque, apesar de ter tirado 1.000 na redação, sua nota geral não a qualificava para o curso. Depois, na terça-feira (31), foi avisada por um desconhecido, no Facebook, de que havia sido aprovada em outro curso.

Ela disse ter ficado muito nervosa com a situação. “Imagina se eu tivesse média para passar para medicina? Além disso, prejudicou quem queria esse outro curso”, disse.

MEC esclarece

Em nota, o Ministério da Educação (MEC) afirma que “os sistemas do MEC e do Inep não registraram, até o momento, indício de acesso indevido a informações de estudantes cadastrados, que configure incidente de segurança”.

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A instituição destacou, ainda, que Tereza acessou o sistema nos dias 24 e 29 de janeiro e que a única opção de curso feita pela conta da estudante foi a de Produção de Cachaça.

“Há casos pontuais de acesso indevido a dados pessoais de candidatos, que teriam possibilitado mudança de senha e de dados de inscrição, como opção de curso. A senha é sigilosa e só pode ser alterada pelo candidato ou por alguém que tenha acesso indevidamente a dados pessoais do candidato”, diz.

Os dados serão encaminhados à Polícia Federal, mas não salvaram Tereza Gomes de ter que prestar o Enem 2017. Ela afirma já ter se matriculado em um cursinho preparatório.

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