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Homem bate em carro e deixa bilhete com telefone: ‘exemplo’

Publicação feita por policial, dono do veículo danificado, viralizou nas redes

Ao desviar de outro veículo, o escrevente de cartório Sandro Moraes acabou batendo seu carro contra o espelho retrovisor de um automóvel, na saída de um estádio de futebol, no último domingo, 16, em Itararé, interior de São Paulo.

O acessório foi arrancado com o impacto. Sem encontrar o dono do carro danificado, Moraes deixou um bilhete com seu telefone no para-brisa e foi para casa.

O que seria um gesto trivial, ganhou contornos de um grande feito, depois que o caso foi parar nas redes sociais. Dono do carro avariado, o policial militar Cristiano Borges fez um relato em sua página no Facebook.

“Voltava para meu carro estacionado perto da Associação Atlética Itararé e deparei-me com o retrovisor quebrado, aliás, sem retrovisor. Mas o que de fato me impressionou foi um bilhete no para-brisa. A pessoa que quebrou teve uma atitude de civilidade, deixou seu nome e o telefone, pedindo-me para entrar em contato. Eu não deveria estar impressionado, pois esta era uma atitude que deveríamos entender por natural, mas nos tempos de ‘Moro’, ser honesto chama a atenção.”

A postagem, com a foto do bilhete, teve quase mil visualizações e foi muito compartilhada. “Achei bonita a atitude da pessoa, que até então eu não sabia quem era, e postei o acontecido também no grupo de notícias da cidade que mantemos em Itararé. Para minha surpresa, começou a bombar e logo o Sandro me passou uma mensagem.”

Eles conversaram e, na manhã desta terça-feira, 18, o carro foi para o conserto. À tarde, estava pronto. Os dois moram na mesma cidade e ficaram amigos. O PM é formado em Letras e, dias antes, tinha escrito para um jornal local sobre honestidade. “Tinha dito que toda pessoa nasce honesta, mas muitos se desviam. É sempre bom ver que ainda há gente honesta.”

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Moraes conta que ficou surpreso ao ver que seu gesto teve grande repercussão nas redes sociais. “Bati no carro sem querer, mas não tinha como fugir à responsabilidade. Estava com meus filhos Samuel, de 9 anos, e Nathan, de 3, no carro e em nenhum momento cogitei outra coisa. Como não tinha caneta e papel, pedi para um morador da rua e deixei o contato.”

Ele acredita que a repercussão do gesto se deve à situação que o País vive hoje e não se considera melhor que ninguém por isso. “Fiz o que deveria ser considerado uma coisa normal. Não foi um ato heroico, nada disso. Acho que ser honesto deveria ser obrigação.”

Não é o que todos fazem, como afirma o internauta José Domingos, ao comentar o caso. “Comigo aconteceu que, no dia 18, um rapaz bateu no meu carro. Conversamos sobre o acidente, mas ele me deu o endereço e o número do telefone errados.”

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