Magno Sérgio Gomes, de 46 anos, encontrou seu fim após saborear um prato que era parte de sua rotina alimentar: o peixe baiacu. O incidente ocorreu na pacata cidade de Aracruz, no Espírito Santo, transformando o que seria um jantar comum em um pesadelo para a família Gomes.
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“Ele morreu pelo que mais gostava de comer“, disse Myriam Gomes Lopes, irmã de Magno, sobre o impacto dessa perda devastadora para a família.
“A gente consumia muito peixe aqui em casa, nossa família sempre se reunia e comprávamos. É difícil acreditar que meu irmão morreu por algo tão improvável assim. Um peixe derrubou o meu irmão”.
“Ele que sempre foi uma pessoa forte, saudável, trabalhava bastante, era o pilar da nossa família, me criou e criou meus irmãos. Sempre foi família, cuidava dos filhos e de todos nós. Era o nosso amor”.
O início do pesadelo começou na tarde de 23 de dezembro, quando um amigo de Magno lhe presenteou com uma sacola com o tal peixe baiacu.
Desconhecendo os riscos associados ao seu preparo inadequado, eles decidiram consumi-lo. Horas depois, Magno começou a sentir os efeitos letais da toxina presente no baiacu.
“Os lábios ficaram dormentes e ele foi correndo para o hospital. Em menos de 40 minutos, o quadro piorou e ele mal conseguia falar”.
Levado às pressas para o hospital, Magno foi imediatamente entubado e transferido para uma unidade de tratamento intensivo em Vitória.
Myriam relata a agonia dos dias seguintes: “O médico disse que o veneno logo subiu para a cabeça dele. Ele teve muitas convulsões nos primeiros dias e isso afetou o cérebro dele”.
Após 35 dias de luta intensa pela vida, Magno não resistiu.
Coordenador em uma empresa multinacional e pilar de sua família, Magno deixou esposa e três filhos, com a mais nova tendo apenas 15 anos.
O amigo que compartilhou do mesmo prato enfrentou problemas de saúde também: “Hoje está em casa, mas não anda direito e teve sequelas neurológicas“.
Este trágico acontecimento serve como um severo lembrete dos riscos associados ao consumo de baiacu, um peixe conhecido tanto por sua delícia quanto por sua potencial letalidade.
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Tetrodotoxina: a toxina mortal do baiacu
Você já ouviu falar sobre a toxina letal presente no peixe baiacu? No Brasil, esse peixe é conhecido por dois tipos principais: o baiacu-arara e o baiacu-pintado.
Enquanto o arara apresenta uma toxicidade menor e pode ser encontrado em mercados, o pintado carrega doses elevadíssimas da perigosa tetrodotoxina.
De acordo com Daniel Gosser Motta, mestre em ciências biológicas, a substância tóxica está concentrada na vesícula biliar do baiacu, mais conhecida como fel.
Mesmo uma pequena quantidade dessa toxina pode causar sintomas que variam de dormência leve até parada cardiorrespiratória, levando à morte.
Preparar um baiacu para consumo não é tarefa simples. É preciso uma habilidade excepcional para limpar o peixe sem causar contaminação.
Em entrevista ao portal ‘Uol’, Motta enfatiza: “A forma correta é retirar esse fel, para que ele não estoure, pois se estourar, vai contaminar toda a carne do baiacu”.
“O consumo do baiacu, na minha opinião, deve ser evitado porque exige muita destreza na hora da sua limpeza e há grandes chances de comprarmos sua carne contaminada pela toxina”.
Entre as duas variantes do baiacu encontradas no Brasil, o baiacu-pintado é particularmente notório. Sua concentração de tetrodotoxina é tão alta que é responsável pela maioria dos casos de envenenamento no país.
O baiacu pode ser uma iguaria exótica e até tentadora para alguns, mas os riscos que acompanham seu consumo são substanciais.
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