O candidato Jair Bolsonaro (PSL) oscilou dois pontos porcentuais para cima em duas semanas e, com 22% das intenções de voto, segue na liderança da corrida presidencial, segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta quarta-feira (5). Ciro Gomes (PDT) subiu três pontos, de 9% para 12%, e empatou numericamente com Marina Silva (Rede), que manteve o patamar do levantamento anterior, divulgado no dia 20 de agosto.
A preferência pelo tucano Geraldo Alckmin, detentor de quase metade do tempo do horário eleitoral gratuito e representante da maior coligação da disputa, passou de 7% para 9%.
Na primeira pesquisa depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter barrado a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o petista Fernando Haddad aparece com 6%, dois pontos acima do registrado no levantamento anterior do Ibope. Inscrito originalmente como vice de Lula, Haddad deve assumir em breve o posto de titular da chapa.
As entrevistas da pesquisa começaram a ser feitas no sábado (1°), um dia após o início do horário eleitoral – não houve, portanto, tempo para captar completamente a intensidade do impacto da propaganda dos candidatos no rádio e na TV.
Os números
- Jair Bolsonaro (PSL): 22%
- Marina Silva (Rede): 12%
- Ciro Gomes (PDT): 12%
- Geraldo Alckmin (PSDB): 9%
- Fernando Haddad (PT): 6%
- Alvaro Dias (Podemos): 3%
- João Amoêdo (Novo): 3%
- Henrique Meirelles (MDB): 2%
- Guilherme Boulos (PSOL): 1%
- Vera (PSTU): 1%
- João Goulart Filho (PPL): 1%
- Cabo Daciolo (Patriota): 0%
- Eymael (DC): 0%
- Branco/nulos: 21%
- Não sabe/não respondeu: 7%
Nulo ou branco
Uma mudança ficou clara, no entanto: houve queda expressiva na parcela do eleitorado disposta a votar nulo ou em branco, de 29% para 21%. A taxa de indecisos oscilou para baixo, de 9% para 7%
Alvaro Dias (Podemos) permaneceu com a mesma taxa da pesquisa anterior (3%) e foi alcançado por João Amoêdo (Novo), que passou de 1% para 3%, e Henrique Meirelles (MDB), que oscilou de 1% para, 2%. Os três agora dividem a sexta colocação, em situação de empate técnico.
Os candidatos do PSOL, Guilherme Boulos, do PSTU, Vera Lúcia Salgado, e do PPL, João Goulart Filho, mantiveram a taxa de 1% de intenção de votos. Os demais concorrentes não pontuaram na pesquisa.
Todas as comparações entre o atual levantamento e o anterior foram feitas levando-se em conta o cenário de 20 de agosto no qual Lula não foi incluído na lista de candidatos apresentada aos entrevistados.
Segundo turno
Nas simulações de segundo turno, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) perde para os candidatos Ciro Gomes (PDT) – 44% a 33% -, Marina Silva (Rede) – 43% a 33% – e Geraldo Alckmin (PSDB) – 41% a 32%- , e empata tecnicamente com Fernando Haddad (PT) – 36% para o ex-prefeito e 37% para o deputado.
- Ciro 44% x 33% Bolsonaro (branco/nulo: 19%; não sabe/não respondeu: 4%)
- Alckmin 41% x 32% Bolsonaro (branco/nulo: 23%; não sabe/não respondeu: 4%)
- Bolsonaro 33% x 43% Marina (branco/nulo: 20%; não sabe/não respondeu: 3%)
- Haddad 36% x 37% Bolsonaro (branco/nulo: 22%; não sabe/não respondeu: 5%)
Rejeição
- Bolsonaro: 44%
- Marina: 26%
- Haddad: 23%
- Alckmin: 22%
- Ciro: 20%
- Meirelles: 14%
- Cabo Daciolo: 14%
- Eymael: 14%
- Alvaro Dias: 13%
- Boulos: 13%
- Vera: 13%
- Amoêdo: 12%
- João Goulart Filho: 11%
- Poderia votar em todos: 1%
- Não sabe/não respondeu: 10%
Observação: os entrevistados podem citar mais de um candidato, portanto, os resultados somam mais de 100%.
Margem de erro
O Ibope ouviu 2.002 eleitores, em 142 municípios, entre os dias 1º e 3 de setembro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%. Isso significa que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro.
O registro na Justiça Eleitoral foi feito sob o protocolo BR-05003/2018. Os contratantes foram o Estado e a TV Globo.
A divulgação do levantamento estava prevista para ontem, terça-feira, mas foi necessário adiá-la em razão de uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral. O registro inicial da pesquisa, feito no dia 29 de agosto, ainda trazia um cenário com Lula como candidato. Porém, na madrugada de sábado, dia 1° de setembro, o TSE indeferiu o registro da candidatura do ex-presidente.
Diante do ocorrido, o Ibope decidiu retirar da pesquisa o cenário com Lula, e manter apenas o que trazia Haddad em seu lugar. Como as perguntas feitas não seguiram exatamente o roteiro previsto no questionário registrado na semana anterior, foi necessário consultar o TSE. Na tarde desta quarta-feira, o ministro Luiz Felipe Salomão decidiu não analisar o mérito da questão, alegando que o Ibope não poderia ter feito a consulta, por não ser “autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político”.
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