O ator Ícaro Silva dirigia pelo túnel Zuzu Angel, zona sul do Rio de Janeiro, na manhã da última quarta-feira (5), quando foi atingido por estilhaços de uma bala de arma de fogo, que causaram-lhe um ferimento no braço esquerdo. Segundo a assessoria do ator, ele foi encaminhado ao Hospital Barra D’or e recebeu alta horas depois.
Tudo começou quando policiais militares do 23º BPM Leblon foram até o local por conta de uma denúncia de que criminosos estavam praticando roubos no interior do túnel.
“Os policiais foram até a Autoestrada Lagoa-Barra [onde fica o túnel] a fim de verificar a informação e, no local, nada foi constatado. Já próximo à Rocinha, os policiais avistaram o veículo com as características mencionadas e tentaram a abordagem, houve reação, gerando o confronto. Os criminosos conseguiram fugir. Até aquele momento não havia informações de feridos”, disse a Polícia Militar em nota.
Entretanto, logo depois disso, policiais do 31º BPM Recreio dos Bandeirantes foram informados de que Ícaro Silva havia dado entrada no Hospital Barra D’Or, ferido por estilhaços de arma de fogo no braço.
De acordo com a versão contada pela assessoria do ator, tudo aconteceu por causa de uma falha de comunicação e o tiro veio da PM. “O Ícaro não entendeu se a polícia pediu para ele parar ou para ele seguir, foi uma falha na comunicação. Estava acontecendo essa perseguição aí, infelizmente o Ícaro tava passando, se assustou com a gritaria, não entendeu, seguiu, e a PM acabou disparando contra o carro dele. Um dos disparos acertou no carro e os estilhaços atingiram o braço dele”, informou a assessoria do ator.
Ainda segundo a nota da PM, as circunstâncias de como isso ocorreu estão sendo apuradas e o caso foi encaminhado para a Polícia Civil.
Detalhes no Instagram
Na tarde desta quarta-feira (5), Ícaro Silva publicou no Instagram uma foto de seu braço ferido enfaixado e um texto contando mais detalhes sobre o ocorrido, deixando claro que está bem e agradecendo pelas mensagens. Ele conta que estava saindo do túnel indo em direção à Barra da Tijuca, quando se viu em meio a uma “violenta confusão”, que não sabia dizer se era uma blitz, um tiroteio “ou uma dessas operações de guerra infelizmente tão habituais” na cidade.
“Um policial me pediu para reduzir e eu obedeci. Baixei o vidro e perguntei o que estava acontecendo. O nível de estresse dele era muito alto, ele falava comigo diretamente do inferno, o coração em guerra. Outros dois policiais vieram gritando, os fuzis apontados para mim; não sei se me reconheceram ou não, mas com a mesma violência com que me pararam, me mandaram ir embora, xingando e berrando em seu estado de guerra. Quando eu voltava a acelerar e antes de entender o que estava acontecendo, um estampido no meu carro me congelou. “Isso é um tiro?” Os próximos vários confirmaram que sim”, relatou.
Ícaro diz que sua reação foi acelerar o carro rapidamente até que saísse dali. “Só depois de respirar fundo percebi o buraco de bala no para-brisa do meu carro e minha blusa molhada. ‘Meu Deus. Eu levei um tiro?’. Me apalpei até encontrar o furo ensanguentado no meu braço. Sim, uma bala rasgou meu braço e deixou uns estilhaços ali, carimbo metalizado da violência urbana. Um pequeno pedaço de metal e morte que podia ter cruzado meu peito ou minha cabeça, um lembrete da nossa frágil condição de gente”, disse na legenda.
Ele finalizou dizendo que está bem e “muito feliz por não ter morrido”. “Tem muita coisa pra fazer por aqui, muita coisa para ver e muita, muita coisa para consertar. Muito obrigado por todas as mensagens, to mais solicitado que no meu aniversário, rs. Vocês são lindos, são lindos demais. Espero que essa história infelizmente cotidiana nos inspire a desconstruir nossa agressividade diante da vida. É hora de desarmar e amar”, concluiu.
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