O fotógrafo Anderson Marques decidiu levar a mãe, a esposa e os dois filhos ao “Culto da Família” em uma igreja evangélica do Distrito Federal no domingo, dia 6 de março. Ele é pai de Luísa, de 4 anos, e de Dylan, de 2, e ambos são portadores do Transtorno do Espectro Autista.
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Durante o culto, a filha começou a chorar e ter uma crise de ansiedade e a família foi expulsa do templo religioso, pois estavam atrapalhando a programação. Anderson ficou inconformado com o tratamento que receberam e decidiu expor a história nas redes sociais.
Em um vídeo publicado no Instagram, o pai das crianças expulsas da igreja denunciou que os filhos foram discriminados por serem autistas.
“Tenho dois filhos autistas e farei o que for necessário para proteger eles. Espero que o que aconteceu conosco sirva de exemplo para que isso não se repita e as pessoas tenham mais empatia (…) O autismo não tem cara. O autismo não tem cura. Mas o seu preconceito e as suas atitudes podem ter”, escreveu Anderson na legenda.
No vídeo de 8 minutos de duração, Anderson Marques conta que ele foi à igreja justamente buscando um alívio espiritual em meio à dificuldade da rotina da família devido à condição dos filhos.
Segundo ele, naquele domingo fazia 10 dias que a filha estava sem dormir mais do que três horas por noite e sem se alimentar direito.
“E buscando uma palavra de consolo, uma luz no fim do túnel, a gente teve a ideia de ir pra igreja. Fazia anos que a gente não ia por conta da rotina, justamente familiar e tudo. Vi que naquele dia ia ter o culto da família e pensei que não tinha lugar melhor, dia melhor ou culto melhor pra gente estar que não fosse esse. Em busca justamente de encontrar a palavra de Deus, a gente foi pra lá“, contou o pai.
Em determinado momento do culto, Luísa começou a chorar muito e se debater no chão, ela estava tendo uma crise de ansiedade. Um homem, então, se aproximou deles rapidamente e pediu que se retirassem.
“Assim que chegamos naquele ponto, a Luísa começou a ter uma nova crise, chorando, se jogando no chão, tentando se bater, e em menos de 5 segundos que eu estava primeiro tentando acalmá-la, que é o mais importante quando uma criança autista tem uma crise, para ela não se machucar, chegou um membro nessa igreja simplesmente falou pra gente se retirar dali porque a gente estava atrapalhando”.
Anderson Marques contou que mesmo após informá-lo que os filhos eram autistas, o homem não se importou e manteve a “ordem” de que eles saíssem.
“Eu me levantei com ela nos braços e falei que minha filha estava tendo uma crise e que ela era autista. Ele simplesmente ignorou essa informação e começou a fechar a porta de vidro onde a gente conseguia visualizar o culto e ouvir a palavra de Deus”
“Em nenhum momento essa pessoa se apresentou. Em nenhum momento ela procurou entender o que estava acontecendo ou se dispôs a ajudar. Em nenhum momento ele mostrou um outro local mais adequado. Simplesmente falou pra gente sair dali que estava atrapalhando”, disse o pai.
Veja abaixo uma foto dos irmãos Dylan e Luísa:
Dois filhos são autistas
O fotógrafo relatou no vídeo que sentiu a discriminação, pois eles não puderam permanecer na igreja.
“Tinham centenas de famílias, centenas de crianças, mas a minha filha, que é autista, naquele momento não era bem-vinda naquela igreja. Podia ter dado um murro em mim, na minha cara, que ia doer menos. Façam qualquer coisa comigo, mas não faz com quem eu amo porque tudo que eu tenho de mais precioso é justamente a minha família. Meus filhos só têm a nós”, desabafou ele.
“E eu não sei como vai ser o futuro, inclusive. Futuro que, em algum momento, eu e minha esposa não vamos estar mais aqui e eles vão ter que conviver com a sociedade que talvez não esteja pronta para recebê-los“.
Em outro momento do vídeo, Anderson conta que a filha “não sabe dar funcionalidade às coisas” e “é totalmente dependente“ dos pais. Além disso, ele acrescentou também que Luísa toma medicação para tentar controlar as crises de ansiedade e a qualidade do sono, mas tem muitas noites mal dormidas e apresenta comportamento agressivo.
“Só quem convive com crianças autistas ou com adultos autistas sabe como é difícil, como a nossa rotina não é nada fácil“, declarou Anderson.
Confira o vídeo postado por Anderson Marques no Instagram:
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Repercussão
Graças à publicação do vídeo nas redes sociais, a história vivida por Anderson Marques e sua família se espalhou e repercutiu muito.
Um membro da igreja ligou para ele e pediu desculpas “como cristão e pela igreja“. Depois, uma psicóloga também entrou em contato, a pedido do responsável pela instituição religiosa.
“Ela, como uma das responsáveis por essa parte de inclusão, se desculpou e comentou que iriam buscar conscientizar e orientar seus membros e voluntários para que não ocorra novamente”, contou Anderson.
Diferente do que a família recebeu na igreja em questão, Anderson revelou que desde que decidiu expor o fato de terem sido expulsos do templo, muitos internautas têm mandado mensagens cheias de empatia e acolhimento.
“O que se iniciou como um desabafo e forma de conscientizar os que estão em minha volta acabou viralizando e recebemos milhares de mensagens de carinho e apoio de todas as partes do Brasil e também do mundo, Argentina, Portugal, Dubai, Canadá, entre outros…”, disse o pai das crianças.
“Muitos cristão se desculpando como igreja, mas principalmente muitas mães, pais e famílias que se identificaram com o que passei, que se viram em meu relato, pois sabem exatamente como é a nossa rotina e busca por um futuro e um mundo melhor para os nossos filhos“, completou Anderson, satisfeito em ver pessoas com pensamento acolhedor.
Veja uma foto da família:
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