A imprensa britânica, que já tinha registrado repúdio a ações de alguns brasileiros que foram à Rússia para a Copa do Mundo e não apresentaram exatamente um comportamento exemplar em relação aos episódios de assédio às mulheres locais, agora faz críticas também ao comportamento dos brasileiros dentro de campo.
O principal alvo nesta sexta-feira (22) foi o jogador da transação mais cara da história do futebol, Neymar, citado nas reportagens como mimado, resmungão, dramático e até trapaceiro depois da vitória da seleção por 2 a 0 sobre a Costa Rica, em São Petersburgo.
No início da transmissão da partida feita pela iTV, que compartilha as exibições dos jogos com a BBC no Reino Unido, o narrador encerrou o primeiro tempo do jogo, quando nem Brasil nem Costa Rica tinham conseguido alterar o placar, ressaltando que até então o que se viu em campo foi um “início de Copa frustrante para Neymar e Brasil”. Quando Philippe Coutinho fez o primeiro gol e, finalmente, a seleção brasileira conseguiu abrir o placar, o mesmo locutor comemorou: “Esse é o Brasil!”.
No final do jogo, que terminou com vitória brasileira por 2 a 0 e eliminou o país da América Central da competição, outra dúvida surgiu quando o atacante do Paris Saint-Germain se ajoelhou no campo e começou a chorar: “Seriam lágrimas de crocodilo ou de alívio?”. Após alguns segundos, continuou: “Apenas Neymar saberá…”. Na reportagem da BBC na internet, a rede britânica até deu uma trégua ao camisa 10. “O talismã do Brasil chorou após o apito final – a vitória foi um alívio tanto para ele quanto para sua nação.”
O site do jornal The Guardian, no entanto, não poupou o desempenho do time e do principal atacante da seleção brasileira. A reportagem começa dizendo que a vitória “veio tarde” e foi “quase feia” em São Petersburgo, com os gols sendo marcados apenas nos acréscimos.
“Foi um dia agitado para o jogador mais caro do mundo, fonte de atritos constantes, que resmungou, gemeu e se jogava no chão constantemente, podendo ter sido expulso por uma combinação de desentendimentos e trapaça”, trouxe a publicação. “Neymar chorou dramaticamente no gramado ao apito final, com os ombros tremendo e as mãos protegendo seu rosto do mundo”, acrescentou.
O ponto decisivo para o juiz holandês Bjorn Kuipers, conforme o The Guardian, foi quando consultou o VAR (arbitragem de vídeo) para verificar se o Brasil tinha ou não direito a um pênalti depois que Neymar foi ao chão dentro da área adversária em um lance no segundo tempo do confronto.
“Nos 60 minutos anteriores, Neymar vinha falando, tagarelando, gemendo, contorcendo-se, enlouquecendo os ouvidos, enfurecido com o tratamento rude da defesa retrancada da Costa Rica”, pontuou. “Enquanto o Brasil defendia um escanteio, Kuipers podia ser visto dizendo ao capitão do Brasil para ficar quieto da maneira como um pai exasperado fala com um adolescente mal-humorado e mimado”, ilustrou.
O The Telegraph também seguiu o caminho das críticas, dizendo que Neymar e Coutinho – eleito por todos como o melhor da partida – demoraram para agir e levaram uma vitória mal-humorada sobre a Costa Rica.
O texto do jornal na internet salientou que o jogo desta sexta-feira será lembrado como “o dia em que o Brasil escapou de um lugar ao lado da Argentina na zona de perigo”. Salientando que o País é o favorito no torneio, o Telegraph destacou que o “Brasil foi sugado pelos dramas privados de Neymar”.
“Neymar reclamou constantemente do árbitro no jogo da Costa Rica e pouco tocou na bola durante a maior parte do jogo.” A reportagem enfatizou ainda que ele se abaixou no gramado no fim da partida, enquanto companheiros de equipe o abraçavam. “Essa fixação por Neymar não vai desaparecer”, avaliou, acrescentando que a justiça venceu no jogo quando o juiz constatou por meio do vídeo de revisão que o astro havia caído muito facilmente depois que o jogador da Costa Rica Giancarlo González simplesmente tocou em seu peito.
Para o mesmo veículo, o Brasil ainda tem bastante espaço para melhorar agora que pode ficar mais calmo. “Eles não podem, no entanto, continuar se entregando a Neymar”, recomendou a publicação britânica.
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