Maysa Vilela
No último sábado (15), o ex-político indiano Atiq Ahmed, 60 anos, e seu irmão Ashraf, tiveram suas vidas interrompidas ao serem executados em frente às câmeras durante uma transmissão ao vivo na TV. O violento episódio ocorreu em Prayagraj, no norte da Índia.
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Atiq, que já havia sido parlamentar e enfrentava uma série de condenações por diversos crimes, como sequestro e extorsão, estava sob custódia desde 2019.
No momento do ataque, ele estava algemado e acompanhado pela polícia, a caminho do hospital.
Os criminosos, que se disfarçaram de jornalistas, dispararam tiros à queima roupa.
Prashant Kumar, um policial local, informou que três suspeitos foram detidos, sem revelar suas identidades. “Eles estão sob custódia e sendo interrogados”, afirmou.
Durante o atentado, os assassinos proferiram palavras de ódio contra muçulmanos, grupo étnico minoritário na Índia ao qual os irmãos permaneceram.
Ainda não se sabe se o crime foi motivado por intolerância religiosa. Um policial e um repórter também sofreram lesões leves no tumulto que se seguiram aos tiros.
Para conter possíveis protestos em decorrência do crime, o governo proibiu reuniões com mais de quatro pessoas no estado.
Atiq Ahmed atuou como membro do Parlamento indiano entre 2004 e 2009. De acordo com o site ‘Al-Jazeera’, ele enfrentou mais de 100 processos criminais e, em março de 2019, foi condenado por sequestro.
Apesar de estar preso desde então, já concorreu a várias vezes diretamente da cadeia.
Executados ao vivo
Pouco antes dos dois serem executados ao vivo, Atiq comentava com os jornalistas sobre sua ausência no funeral de seu filho, Asad Ahmed, que havia sido morto recentemente pela força-tarefa especial do estado de Uttar Pradesh.
Asad era procurado pelo assassinato de um advogado. “Não me levaram, então não pude ir”, declarou Atiq.
Após o trágico episódio, o ministro-chefe Yogi Adityanath ordenou uma investigação judicial sobre os assassinatos e baniu encontros públicos de grande porte em Uttar Pradesh, visando manter a paz na região.
Uttar Pradesh, estado indiano, é governado pelo Partido Nacionalista Hindu BJP (Partido do Povo Indiano), liderado pelo atual primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Nos últimos seis anos, mais de 180 pessoas enfrentando diversas experiências foram mortas pela polícia local.
A situação é complicada no estado, tanto que ativistas de Direitos Humanos acusam a polícia de realizar execuções extrajudiciais. Contudo, o governo estadual nega as acusações.
Veja o momento do ataque ao ex-político e o irmão. AS IMAGENS SÃO FORTES:
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Imagens fortes! Paciente é executado a tiros dentro de um hospital
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