Um novo caso de violência brutal contra a mulher está chocando o Brasil durante esta semana. Aos 36 anos de idade, Jane Cherobin da Silva foi encontrada pelo irmão, na última segunda-feira (4), em um estado assustador: desacordada, espancada e com sinais de abuso sexual.
Ela estava em uma estrada próxima à fronteira do estado do Espírito Santo com Minas Gerais, entre as cidades de Dores do Rio Preto (ES) e o município de Espera Feliz (MG). A vítima sobreviveu por sorte, visto que a intenção do criminoso era, claramente, a de matar.
O agressor já foi identificado como o namorado de Jane, Jonas Guimarães do Amaral Neto, que tem 34 anos de idade. O casal morava na cidade de Espera Feliz, mas o caso foi registrado pela Delegacia de Alegre, no Espírito Santo e registrado como tentativa de feminicídio.
Após ser encontrada por Salvador Cherobin, Jane foi encaminhada para um hospital e continua internada. Seu estado de saúde é grave, mas ela já não corre o risco de morrer. Jane sofreu ferimentos nos olhos, teve o nariz quebrado, está com hematomas por todo o corpo e conta com muita dificuldade para respirar e alimentar-se.
“Quando eu fecho os olhos, ainda vejo minha irmã despida, jogada com a cabeça no asfalto, praticamente morta. Ela tinha pulsação, talvez se fosse encontrada meia hora mais tarde, não daria para sobreviver”, relatou o irmão da vítima em uma entrevista ao jornal ‘Extra’.
Salvador relatou que o casal estava junto há cerca de um ano e meio e que estavam trabalhando à noite em uma choperia. Ele estranhou quando não obteve respostas da irmã pelo telefone. Ao procurar a casa do pai do agressor, pela manhã, não o encontrou e suspeitou que algo pudesse ter acontecido.
“Eu acordei de madrugada com um sentimento ruim e liguei para o meu irmão, que é gerente da choperia. Ele, logo, ligou para a Jane. O telefone só tocava. Depois de algumas tentativas, Jonas atendeu, ele parecia alterado, e disse que eles discutiram, mas que ela estava em casa. Peguei o carro e fui até a casa dela, só que não havia ninguém. Corri até a casa do pai dele, onde ele mora, e ele também não estava. Fiquei desesperado, fui à delegacia de Dores do Rio Preto e disse que minha irmã estava desaparecida”, contou o irmão.
O irmão de Jane relata que saiu em busca dela com a ajuda de mais um irmão, uma irmã e seu pai, após receberem uma informação equivocada dos oficiais na delegacia. Eles afirmaram que não poderiam registrar a ocorrência ou tomar alguma providência, visto que ainda não haviam se passado 24 horas desde o sumiço.
Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo esclarece que “nenhum policial pode se recusar a registrar ocorrências, salvo por motivo plenamente justificável. A PC informa, ainda, que vai apurar internamente o ocorrido. Qualquer cidadão que se sinta prejudicado diante de uma atuação da polícia pode procurar a Corregedoria da Corporação e formalizar o caso”.
Frieza do agressor
Apesar de ser considerado como “boa pessoa” pelos familiares da vítima, eles sabiam que Jonas tinha um comportamento possessivo. Eles acreditam que a motivação do crime tenha sido ciúmes.
O advogado de Jane fez uma revelação surpreendente e assustadora nesta quarta-feira, em uma entrevista à ‘Folha Vitória’. Minutos após o crime, Jonas teria enviado uma mensagem de áudio à sogra, a mãe da vítima.
Na mensagem, ele teria dito que se cansou da vida “medíocre, hipócrita” que leva e que a namorada fez “desfeita de sua pessoa”. Ele ainda teria afirmando que “ela está aqui fingindo que está desmaiada no asfalto”.
Um mandado de prisão preventiva já foi expedido em nome do agressor na última terça-feira (5). Próximo ao local onde a vítima foi encontrada, ele abandonou seu carro, que já foi apreendido pela polícia.
“Foi por pouco. Quando chegamos à estrada, o corpo dela estava em uma curva. O rosto estava desfigurado e ela estava sem calcinha. Poucos metros à frente, vimos o carro do Jonas. Acredito que ele tenha perdido a chave e fugido a pé, já que pouco depois, achamos a chave perto do veículo”, relatou Salvador.
Pelo crime de tentativa de feminicídio ele poderá pegar até 20 anos de reclusão em regime fechado.
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