O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, cogitado há alguns meses como pré-candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) à Presidência da República, confirmou nesta terça-feira (8) que não concorrerá ao cargo. De acordo com ele, a decisão é “estritamente pessoal”.
Na mais recente pesquisa Datafolha, do mês passado, Barbosa aparecia bem posicionado, em torno dos 10% das intenções de voto, superando políticos tradicionais como o tucano Geraldo Alckmin, que ficou entre 7% e 8%.
Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal.
— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) May 8, 2018
Ele vinha mantendo suspense sobre a decisão de disputar ou não a Presidência. À revelia, o PSB já havia começado a montar uma estrutura de campanha e a procurar partidos para compor a chapa presidencial. Os dirigentes pessebistas avaliaram que era necessário antecipar a organização da legenda mesmo sem o aval do ex-ministro.
Em abril, a bancada da legenda na Câmara divulgou manifesto público cobrando de Barbosa contribuição para que a sigla pudesse “revigorar” o projeto eleitoral apresentado em 2014, quando o partido teve candidatura própria ao Palácio do Planalto.
Repercussão
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse ser “compreensível” a decisão do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa de não ser candidato à Presidência da República pelo partido nas eleições deste ano. O dirigente informou também que a legenda deve se reunir nas próximas semanas para discutir se vai tentar viabilizar outra candidatura ao Planalto ou não.
“Ele (Barbosa) avisou hoje (terça) cedo. Ligou agradecendo muito ao partido, disse que refletiu muito e que tinha decidido não ser candidato.”, afirmou Siqueira ao Broadcast Político. De acordo com ele, Barbosa alegou questões de foro íntimo para não disputar. “Disse a ele que era compreensível, porque é uma decisão de foro muito íntimo ser ou não candidato numa eleição”, afirmou, sem explicar quais as razões de foro íntimo do ex-ministro.
Possível beneficiado pela desistência do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, cotado para disputar a Presidência da República pelo PSB, partido de quem é aliado em São Paulo, o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, disse lamentar a decisão do ex-ministro, que alegou motivos pessoais para desistir da corrida presidencial.
Segundo o tucano, estão ocorrendo muitas conversas, mas as alianças só devem ser conhecidas em julho – e Barbosa poderá participar de outra forma. “É uma perda, porque precisamos de novas lideranças como ele, com mais participação e serviços para o Estado. Tenho certeza que, se não for como candidato, a participação dele será de outra forma”, afirmou.
A decisão tomada pelo ex-ministro Joaquim Barbosa (PSB) de não disputar a Presidência da República já era esperada, na avaliação do governador de São Paulo, Márcio França (PSB). “Ele nunca havia dito que seria candidato. Isso (candidatura) não é para qualquer um. É muita pressão, muda totalmente a sua vida e da sua família”, disse.
Defensor da candidatura de seu antecessor no Palácio dos Bandeirantes, Geraldo Alckmin (PSDB), França afirmou que concorrer ao Planalto exige preparação e muita disposição para enfrentar as críticas. “E a exposição, que é muito dura e assusta muito quem é de fora da política. Foi o que aconteceu com o Luciano Huck. Ele e o Barbosa tinham vontade de participar, de influenciar o debate, mas não aceitaram partir para o enfrentamento. Na vida pública, o grau de críticas é avassalador. Precisa ter estômago de aço para aguentar”, disse.
Pré-candidato do PRB à Presidência da República, o empresário Flávio Rocha disse ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’ que pode herdar votos que iriam para o ex-ministro Joaquim Barbosa (PSB).
“Os votos que iriam para ele são de eleitores que demandam mudança e renovação. Nosso projeto pode ser o escoadouro desses votos”, disse Rocha.
O empresário também elogiou Barbosa: “Joaquim é uma das pessoas mais importantes da história recente do Brasil. Entendo os motivos dele de desistir. Sei dos ataques que ele pode sofrer, como eu tenho sofrido em relação a minha família e religião.”
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