A pandemia do coronavírus, dentre outras coisas, paralisou todas as competições esportivas. Foi nesse cenário que o jogador Gedeilson Oliveira, lateral-direito do Madureira, se viu sem contrato e sem fonte de renda: ele precisou se reinventar e foi bastante criativo na hora de dar a volta por cima.
Quando percebeu que, caso não corresse atrás, passaria por dificuldades financeiras, Gedeilson teve a ideia de virar feirante. Ele abriu uma barraca na feira e passou a vender frutas e legumes em Bangu, bairro do subúrbio do Rio de Janeiro em que vive com a esposa e a filha.
Agora, uma novidade, após sua história ter feito sucesso na internet: Gedeilson recebeu uma proposta e fechou contrato com o Clube Real Brasília. Ele já chegou ao Distrito Federal na manhã desta sexta-feira (19), de mala e tudo.
Na ocasião em que tornou-se feirante, de certa maneira, ele estava relembrando uma antigo ofício, já que aos 11 anos de idade ele havia trabalhado em uma verduraria vendendo os mesmos produtos.
Em entrevista ao colunista Leo Dias, do jornal ‘Metropoles’, Gedeilson chegou a dizer que a mudança drástica do futebol para a feira não o envergonha.
“A vergonha que teria seria de chegar em casa e minha filha pedir alguma coisa e eu falar pra ela que não poderia dar. Pra não chegar a esse ponto, preferi agir antes”, disse ele.
“Não tenho vergonha. Muitos jogadores teriam vergonha, mas se eu tivesse chance de deixar uma mensagem pra eles seria para colocar a vaidade de lado, que não leva o ser humano a lugar nenhum”, afirma Gedeilson.
Antes da pandemia, Gedeilson jogava pelo Madureira, time do Rio de Janeiro. Antes, ele já atuou pelo Macaé e Volta Redonda. Agora, em sua nova função, o jogador precisou até contratar funcionários para auxiliá-lo.
“Eu, hoje, desempregado e sem contrato, consigo ajudar duas famílias: são duas pessoas trabalhando na barraca”, conta.
Gedeilson ressalta que a pandemia e a situação de crise o fez mudar. “Por causa da pandemia tive que mudar algumas coisas da minha vida até mesmo para não viver na pior. Esse vírus mudou a vida de todo mundo, ego não cabe dentro de mim”, diz o jogador.
Sobre como surgiu a ideia, ele conta: “Tive essa ideia e conversei com a minha mulher. Ela concordou comigo e no mesmo dia fui falar com meu barbeiro que estava a fim de montar uma barraca na frente da barbearia dele e ele pediu uma ajuda ao pai que estava desempregado”.
“Quando ele falou, vi que era a confirmação para o que eu queria. Montei a barraca e dei o emprego pro pai dele, o Cosminho. Não sabia quando o futebol retornaria, quando eu voltaria a receber e ter contrato. Acabei também pensando nisso para ajudar o Cosminho e também para me ajudar. Agora, temos bastante pedidos e entregamos em casa”, completou.
A ideia do jogador de futebol é retornar para os gramados assim que tudo isso passar. Por isso, sua rotina durante a quarentena tem sido corrida. Ele acorda cedo, trabalha em sua barraca na feira e quando volta para casa ainda treina todos os dias no quintal para não perder o pique de atleta.
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