A sexóloga Laura Muller, conhecida por fazer os mais diversos comentários sobre sexo no programa ‘Altas Horas’, da TV Globo, ficou entre os assuntos mais comentados (trending topics) do Twitter na manhã desta segunda-feira (22).
Isso aconteceu após a página ‘Quebrando o Tabu’ compartilhar um vídeo antigo, no qual ela explica, para um dos integrantes da banda Raça Negra, a importância de tratar sobre sexualidade com crianças nas escolas.
Fernando Monstrinho, do Raça Negra, fez uma pergunta sobre crianças aprenderem sobre sexo na escola, e afirmou ser contra isso. “Tem um papo que está rolando na internet: se uma criança de 8 anos já tem que estar aprendendo sexo na escola. É um deputado que está querendo, mas eu sou contra, porque eu sou pai, tenho filho, então sou totalmente contra”, disse o músico.
Laura Muller, então, explicou em detalhes por que é importante sim que crianças aprendam sobre sexualidade – e não sexo – na escola. De acordo com ela, isso é imprescindível para que qualquer ser humano consiga viver em sociedade e se aceite como indivíduo.
Assista
Falar e ensinar sobre sexualidade NÃO é falar sobre sexo.
A excelente Laura Muller no Altas Horas. pic.twitter.com/jOVI79nRau
— Quebrando o Tabu (@QuebrandoOTabu) July 21, 2019
“Vamos explicar o que é a sugestão dos parâmetros curriculares nacionais desde 1997 do tema sexualidade aparecer transversal no ensino a partir dos 6 anos de idade. É sexualidade como um conceito amplo, como nosso jeito de ser no mundo. Como o nosso jeito de ser homem e ser mulher no mundo. O que é isso? É a forma da gente lidar com o nosso mundo interno, nossas emoções, nossos sentimentos, nossos valores, nossas crenças, e da gente lidar com o mundo ao redor. Isso não é sexo, é sexualidade, que pode incluir o sexo quando a gente estiver num momento mais adulto, mais amadurecido”, defendeu ela.
Dando continuidade ao seu raciocínio, Laura falou que conforme a criança for crescendo, é necessário ensinar novos assuntos os quais a sexualidade abrange. “Na escola, a gente precisa começar a falar de sexualidade e os pais são os nossos primeiros modelos, os nossos primeiros educadores sexuais, que nos ensinam a como ser no mundo. Quando a criança entra na escola, aí a gente precisa começar com 6, 7, 8 anos a falar de corpo, de funcionamento corporal e tal, e os conhecimentos vão evoluindo à medida que essa criança cresce.
Ela completa: “Com 9, 10 anos, a gente já vai falar de reprodução, né? Até porque às vezes meninas menstruam aos 9 anos de idade e quando vai chegando na pré-adolescência, a gente já vai estar falando de sexo, da prática sexual, de prevenção da gravidez na adolescência, de diversidade, de doenças sexualmente transmissíveis”.
A conclusão da resposta certeira de Laura Muller veio com a afirmação de que aprender sobre sexualidade quando criança não significa aprender sobre sexo antes da hora. “Tem todo um pensar por trás e isso não estimula uma sexualidade precoce, uma vivência precoce à sexualidade”, conclui.
O vídeo foi amplamente compartilhado e os internautas fizeram vários comentários sobre seu conteúdo, em sua maioria, apoiando Laura Muller e a sua posição sobre o assunto.
Veja:
Galera, parem de falar que ela pisou, humilhou, jantou o cara. Ela simplesmente educou, explicou. O cara foi gentil na pergunta, só não tem informação ou dissernimento mesmo. A melhor forma de mudar isso é com diálogo.
— Cabeca do Kalil (@ekalil) July 22, 2019
Até porque duvido que ela tenha tido intenção de humilhar. Vejo sempre ela com muita paciência pra explicar de forma bem didática, querendo disseminar conhecimento.
— Quely Wanessa (@quelywanessa) July 22, 2019
No jardim de infância, quando se indica que tem um banheiro para meninos e outro para meninas está se falando sobre sexualidade. Então, a falta de informação gera essa balbúrdia. Menos voos rasantes e mais mergulhos. Muito valida essa publicação.
— Ricardo Col De Bella (@ricacoldebella) July 21, 2019
Eu suspeito que ele não "queria" entender. Há vários casos de pessoas com conceitos pré-fabricados que não possuem interesse em conhecer uma X questão sob uma ótica diferente. Tipo: "tal fulano é de esquerda e eu não quero ouvir o que ele tem a dizer", e vice-versa.
— Sergio Albuquerque (@sergiocostalbuq) July 22, 2019
É muito difícil convencer pessoas que, por influência da doutrinação religiosa, aprenderam desde cedo a associar sexo com pecado. Com a popularização da pornografia online, a educação sexual se tornou praticamente impossível porque sexo, agora, é sinônimo de putaria e depravação.
— PsicanalistaPolítico (@Psi_Politico) July 22, 2019
Honestamente? Eu não sei se ele entendeu oq ela quis dizer.. aí é q mora o problema. Enquanto esse discurso n for melhor adaptado para quem não possui um vocabulário exemplar, a questão da sexualidade nas escolas vai continuar sem apoio e compreensão da maioria.
— Sssssega ? (@macacodepatinet) July 22, 2019
Aí mas eu tenho filhos e não quero que eles aprendam sobre sexo.
Beleza!
Você vai ensinar os cuidados que eles devem ter?
Porque tenho certeza que a maioria das pessoas não tiveram orientação sexual nenhuma dos pais.
As meninas no máximo um: se engravidar te ponho na rua.— Paloma Souza (@alo_thony) July 21, 2019
Poxa cortou as palmas no final, mas tudo bem, eu berrei e bati palma sozinho depois de assistir ????????
— pagani bem que mal tem (@PAG_ANI) July 22, 2019
Sem contar que esse tipo de assunto é essencial pra saúde de crianças e adolecentes. Seja na parte de prevenir DST, gravidez na adolescência ou até mesmo conscientizar sobre abusos.
— Rubi (@Rubi43345955) July 22, 2019
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