O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado, em primeira instância, a 9 anos e seis meses de prisão na última quarta-feira (12). Contudo, o político – que responderá em liberdade – não se apressou em falar com a imprensa: ele revelou, em entrevista coletiva, que adiou o contato com os jornalistas graças ao seu time do coração, o Corinthians.
“Me desculpem por não dar coletiva ontem (quarta-feira, 12). Eu precisava ver o Corinthians derrotar o Palmeiras”, afirmou Lula, nesta quinta-feira (13). A partida foi realizada na noite de quarta (12) no Allianz Parque, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, e terminou com o placar de 2 a 0 para o Corinthians, com gols de Jadson e Guilherme Arana.
Sobre a condenação, expedida pelo juiz federal Sérgio Moro na Operação Lava Jato, Lula disse que foi punido por “componente político”. “A única prova que existe nesse processo é a da minha inocência”, disse o ex-presidente. “Eu acho que o Moro tem que prestar contas à história, que vai dizer quem está certo e errado”, completou. “Quem acha que é o fim do Lula, quebrou a cara”, completou.
Para Lula, a condenação é uma tentativa de tirá-lo do cenário político. Ele disse que continua candidato à presidência do país nas eleições de 2018. O ex-presidente rebateu a tese de que existem provas contra ele no processo, que o levou a ser condenado. “Queria desafiar os meus inimigos e donos meios de comunicação que fizessem um esforço incomensurável para apresentar uma única prova. Porque a única prova que eles apresentam foi um papel rasurado”, disse.
Entenda
Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelo caso que envolve uma compra, bem como uma reforma, de um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Ele foi acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público Federal aponta que a construtora OAS deu a Lula um triplex que rendeu R$ 2,76 milhões ao ex-presidente – os valores correspondem à diferença do que a família de Lula havia pago, somado a reformas. Em troca, seriam oferecidos contratos com a Petrobras e nomeação de diretores que favoreceriam a empreiteira.
A sentença diz que houve desvio de R$ 16 milhões com a prática do crime em questão. “O condenado recebeu vantagem indevida em decorrência do cargo de Presidente da República, ou seja, de mandatário maior. A responsabilidade de um Presidente da República é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes”, afirma o texto da decisão.
Outras seis pessoas foram condenadas pelo mesmo processo: Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS; Paulo Gordilho, arquiteto e ex-executivo da OAS; Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula; Agenor Franklin Magalhães Medeiros, ex-executivo da OAS; Fábio Hori Yonamine, ex-presidente da OAS Investimentos; e Roberto Moreira Ferreira, ligado à OAS.
* Com informações de Agência Brasil.
Deixe seu comentário