Ana Carolina Oliveira, a mãe de Isabella Nardoni, se solidarizou com o que Leniel Borel está enfrentando atualmente após o falecimento de seu filho, Henry, de apenas 4 anos.
De maneira tragicamente parecida, Isabella morreu aos 6 anos de idade, ao ser defenestrada do sexto andar de um prédio em São Paulo em 2008, pelo próprio pai.
Igualmente, o caso Henry está chocando o Brasil nos últimos dias e o desenrolar das investigações tem sido acompanhado por milhões de pessoas através da imprensa.
O padrasto da criança, o vereador Jairo Souza Santos (conhecido como Dr. Jairinho), é o principal suspeito da morte do garoto.
A mãe, a professora Monique Medeiros, por sua vez, está sendo acusada de ter conhecimento das agressões constantes e não ter tomado nenhum tipo de atitude.
Os dois, inclusive, estão presos preventivamente.
Mãe de Isabella Nardoni comenta similaridade dos casos
A mãe de Isabella Nardoni – que tentou retomar a vida após a tragédia e teve outros dois filhos depois da morte de sua primogênita – falou com a equipe de reportagem da revista ‘Piauí’ sobre o caso Henry e o quanto isso trouxe de volta sentimentos ruins de tudo que ela viveu em 2008.
“A morte brutal, os desdobramentos das investigações e a comoção causada na população são muito parecidos e doloridos”, disse Ana Carolina.
“Vi semelhanças com o ocorrido com a minha filha, Isabella. Por mais que as pessoas ensaiem, criando uma versão falsa para o crime, a verdade não consegue ser escondida nem por elas mesmas”.
Ana contou que sentiu que devia mandar uma mensagem de apoio para o pai e Henry, Leniel.
“Meu coração estava pedindo para fazer isso. Eu me coloquei no lugar dele. Escrevi que muitas pessoas estão neste momento mandando mensagens, assim como aconteceu comigo com a morte da minha filha”.
“Recebi mensagens de pessoas que tinham passado por situações difíceis, das mais variadas formas, todas prestando solidariedade. Toda manifestação de solidariedade é bem-vinda, evidentemente, mas tem diferença quando compartilhamos uma história muito parecida“, diz ela.
“Expliquei para ele que essa comoção enorme que tem causado na vida das pessoas deve ter um propósito, seja para pressionar as autoridades por busca de Justiça e por alguma mensagem que o Henry quer passar. Todo esse caso tem me deixado bastante comovida“.
Pai de Henry respondeu a mensagem
Segundo Ana Carolina, o pai de Henry respondeu: “Você não sabe como suas palavras são importantes neste momento. Está sendo muito difícil. Não paro de pensar no meu filho. Além do meu filho, eles levaram a minha paz“.
Ainda em em entrevista à ‘Piauí’, Ana Carolina falou sobre a dor de ter entregado sua filha para quem, supostamente, cuidaria bem. No caso, o pai Alexandre Nardoni. No crime recente, Henry estava com a própria mãe, Monique.
“Sabe o que é mais dolorido? Eu e Leniel entregamos os nossos filhos para quem deveria cuidar e zelar. Entregar um filho para nunca mais voltar é o que mais machuca, revolta. Não consigo explicar o tamanho dessa dor“.
“No caso da Isabella o pai foi o culpado. No do Henry, a mãe está presa como suspeita de participar da morte do próprio filho. Justo a mãe, que deu vida à criança. Eu sou da seguinte opinião: as dores não são comparáveis. Mas elas são enormes, imensuráveis“, disse Ana Carolina.
Ela conclui afirmando que ver a Justiça sendo feita traz consolo.
“Nossos filhos nunca mais voltarão, mas a Justiça conforta de alguma forma o coração. O julgamento e a condenação encerram um ciclo, colocam um ponto final em uma história muito triste. No meu caso, entre o assassinato da minha filha e a condenação, passaram-se dois anos”.
“A minha filha Isabella completaria 19 anos no dia 18 de abril de 2021. Nessas datas, por mais fortes que sejamos, o coração fica muito apertado“, finaliza Ana.
Dois anos depois da morte de Isabella Nardoni, a Justiça condenou o pai da garota, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, por homicídio triplamente qualificado e fraude processual. Eles cumprem pena em penitenciárias de Tremembé (SP).
O caso Henry
O país tem acompanhado o caso e as investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre a morte de Henry Borel na madrugada do dia 8 de março.
Até então, o inquérito aponta que os acusados poderão ser denunciados por homicídio duplamente qualificado: com emprego de tortura e impossibilidade de defesa da vítima (no caso de Jairinho, doloso; já Monique, culposo).
Laudos do Instituto Médico Legal, divulgados em 12 de abril, descartaram a versão original contada por Monique e Jairo à polícia, de que o óbito teria sido causado após o garoto cair da cama.
O motivo? No corpo de Henry tinha 23 lesões que não foram consideradas compatíveis com uma queda da cama.
Jairinho e Monique estão presos desde o dia 8 de abril. Os mandados foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri, e o padrasto e mãe da vítima permanecerão detidos preventivamente por 30 dias.
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