O apresentador do SBT Marcão do Povo, do jornal ‘Primeiro Impacto’, deixou o público completamente horrorizado e foi amplamente criticado nas redes sociais na manhã desta quarta-feira (8). O motivo? Ele sugeriu, ao vivo, que o presidente Jair Bolsonaro criasse “campos de concentração” para reunir as pessoas infectadas pelo coronavírus no Brasil.
A fala do apresentador chocou muitos telespectadores e internautas, que se lembraram da última vez em que os campos de concentração foram utilizados pela humanidade: organizados pelo ditador Adolf Hitler e pela Alemanha Nazista, no período do Holocausto.
Os locais ficaram conhecidos por práticas cruéis e desumanas contra o povo judeu – além de negros e homossexuais. Nestes locais, os confinados passavam fome, eram torturados e obrigados a trabalhar em condições sub-humanas. Tudo isso apenas aguardando a sua vez de serem mortas em câmaras de gás.
Vale citar que Silvio Santos, o dono do SBT e, por consequência, patrão de Marcão do Povo, é judeu.
“Não seria interessante pegar, por exemplo, o Exército, a Aeronáutica, a Marinha, montar um campo de concentração, de cuidados, com os equipamentos mais sofisticados, com os melhores profissionais, e colocar essas pessoas com problemas ou com sintomas?”, sugeriu Marcão do Povo na TV.
As medidas tomadas por grande parte das nações do mundo são de isolamento social para que o vírus não se espalhe ainda mais. No entanto, o argumento do apresentador é que, com a separação dos infectados, o comércio poderia voltar a funcionar e as pessoas voltariam às ruas. Para, assim, “fazer a economia voltar a girar”.
“Então, presidente, é uma dica. Dá um decreto, põe o Exército nas ruas, Marinha e Aeronáutica. Aí, o governador que descumprir, faz igual tão fazendo com o povo, cana! Monta um campo, trata essas pessoas lá e o comércio abre e todo mundo vai trabalhar normalmente”, disse Marcão, sugerindo prender aqueles que descumprirem as ordens do governo – outra sugestão bastante polêmica.
Veja o vídeo:
Oi, Marcão do Povo, sabe quem sugeriu a mesma coisa em 1939? https://t.co/tzhmSzJnRY
— Marina Amaral (@marinamaral2) April 8, 2020
“Marcão do Povo, o mesmo que chamou Ludmilla de ‘macaca’ na Record, sugeriu campo de concentração para infectados com coronavírus. Assim, quem não está infectado pode retomar a rotina. O SBT não deve puni-lo. Lá, só castigam quem alfineta Jair Bolsonaro ou Edir Macedo”, criticou um internauta.
“É preciso denunciar esse tal Marcão do Povo (que povo?) por incitar a segregação dos doentes por coronavírus. Campo de concentração é absurdo que só idiotas, ou criminosos poderiam sugerir. Isso que dá um país que ouve opinião de qualquer imbecil e despreza a ciência”, afirmou outro.
Segundo informações do portal ‘G1’, cerca de 700 pessoas já morreram pela Covid-19 no Brasil até esta quarta-feira (8). Dados oficiais indicam que há 14.152 pessoas infectadas em todos os estados do país.
SBT se pronuncia sobre a fala de Marcão do Povo
O SBT se pronunciou oficialmente sobre a fala polêmica de Marcão do Povo: “Marcão tem liberdade de expressão, mas a opinião dele é pessoal e não reflete o posicionamento da emissora”.
Esta não foi a primeira vez que Marcão do Povo emitiu uma opinião controversa sobre a pandemia do coronavírus. Em março, ele declarou no ‘Fofocalizando’, também do SBT, que as pessoas estavam “apenas gripadas” no Brasil.
“Nós sabemos que a China comunista estava vivendo protestos diários onde o povo não quer saber de ditadura. Aí de repente veio esse Covid-19. Não tem ninguém internado nos hospitais. De repente, começa isso tudo no mundo e vem para o Brasil. Não temos nenhuma morte, mas temos pessoas gripadas e que dizem que estão com coronavírus”, falou.
“Os infectologistas estão dizendo que aqui no estado de São Paulo a tendência é que se atinja 30 mil casos de coronavírus. Então, é muito sério e os hospitais não têm essa capacidade. Quando se fala em relação à dengue é uma ignorância comparar. A gente tem a fome, dengue e o coronavírus”, rebateu o apresentador Gabriel Cartolano, na ocasião.
Marcão, então, voltou atrás e respondeu alertando a população sobre o perigo do coronavírus.
“O que eu estou colocando é que o vírus atinge os que possuem menor imunidade e, por isso, os mais velhos são os mais afetados. Mas isso não deixa de matar os mais jovens e eu vejo muita gente brincando. E a gente brinca quando não está nas nossas famílias, mas quando está aí se dói”, retrucou.
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