O ator Milton Gonçalves não gostou nem um pouco de uma mensagem do colega Paulo Betti, cujo teor considerou racista. Ele decidiu recorrer à Justiça para pedir esclarecimentos. Os dois concorrem, em chapas opostas, às eleições do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro.
Atualmente, Milton é o presidente do órgão, que possui um grupo no WhatsApp chamado ‘Profissão Artistas’. No dia 16 de abril de 2019, Paulo Betti enviou a seguinte mensagem: “A atual diretoria do sindicato está lá há muito tempo e tem uma forte representação negra com Jorge Coutinho e o grande Milton Gonçalves, além do querido Cosme, isso complica bastante a luta, pois pode confundir as coisas”.
Os autos do processo, que o jornal ‘Folha de S. Paulo’ teve acesso, para a defesa de Milton, as falas de Betti possuem “ambiguidade e dubiedade”, denotam interpretação imprópria e infeliz, fazendo distinção entre negros e brancos, e são “insinuações evidentemente maledicentes”.
O veterano quer que Paulo Betti se explique diante da Justiça sobre o que quis dizer com as declarações. Ele terá de responder pelo menos três perguntas: “Que complicador seria o levantado por Betti diante o fato de Milton e Jorge terem forte representação negra? O que poderia ‘confundir as coisas’? Que coisas seriam essas? Que luta seria essa?”.
“Embora não reste dúvidas quanto à hostilidade das palavras prolatadas por Betti, há real possibilidade de se aferir a prática de crime de injúria preconceituosa, dependendo do que declarar o interpelado”, diz a petição inicial.
O juiz determinou que o acusado tem 15 dias para apresentar sua defesa, a contar do último dia 13 de junho. Se Betti se recusar a dar explicações em juízo, ou o juiz entender que as explicações não são satisfatórias, ele deve responder pela ofensa. Caso condenado, Betti pode pegar de um a três anos de prisão, mais multa.
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