O famoso locutor de rodeios Asa Branca morreu nesta terça-feira (4). Portador do vírus HIV, ele também vinha lutando contra um câncer na mandíbula, descoberto em 2017 e cujos tumores se romperam recentemente.
O locutor passou por várias internações recentes, sendo a última no domingo (2), quando a família alugou uma ambulância para transportá-lo do interior para a capital paulista.
Sandra dos Santos, esposa do locutor, ainda não sabe onde realizará o velório. O corpo, por sua vez, será sepultado na cidade natal do marido: Turiuba, no interior do estado de São Paulo.
Waldemar Ruy dos Santos revolucionou as apresentações de rodeio no final dos anos 1980, criando um novo estilo de narração. Na época, ele incrementou a locução a partir de um microfone sem fio, feito inédito.
No último sábado (1º), Asa Branca receberia uma homenagem na forma da medalha da Ordem dos Parlamentares do Estado de São Paulo. Devido ao agravamento da doença, ele não pode comparecer à cerimônia.
Polêmica e acusações
Entre idas e vindas do hospital, Asa Branca foi transferido para o Instituto do Câncer da cidade de São Paulo no dia 28 de dezembro. A mudança aconteceu após a esposa do locutor ter acusado o Hospital Municipal Vereador José Storopolli de ter agredido o paciente.
“Devido às inaceitáveis agressões sofridas por Asa Branca dentro do hospital, sua esposa Sandra pediu para assinar a alta de seu marido, mas negaram. Disseram que só sairiam de lá sem autorização alguma, assim sendo considerado como uma evasão e querendo transferir a responsabilidade do hospital para Sandra”, escreveu um comunicado na página oficial do locutor no Instagram.
Ao portal ‘G1’, o hospital enviou uma nota oficial em que nega as agressões contra Asa Branca e rebate as acusações, afirmando que a família interrompeu o tratamento de forma brusca, colocando a vida dele em risco.
A instituição de saúde também afirma que o paciente apresentava oscilação comportamental, com momentos de agressividade e que precisava ser contido na cama para sua própria proteção.
Leia a nota completa:
“A direção do Hospital Municipal Vereador José Storopolli (Vermelhinho) categoricamente afirma: não houve agressão a Waldemar Ruy dos Santos, conhecido como Ruy Asa Branca. Esclarece ainda que todos os atendimentos prestados aos pacientes são humanizados, respeitam seus direitos; mantendo o foco na segurança de cada um deles.
O hospital informa que a família de Waldemar Ruy dos Santos solicitou sua transferência, na noite deste sábado (28), interrompendo de forma brusca o tratamento dele, contrariando as orientações médicas. Pois a saída do paciente sem o término do medicamento previsto na internação, poderia colocar em risco o estado de saúde do paciente.
Todos os cuidados necessários estavam sendo prestados ao paciente desde sua entrada, às 03h10 do dia 27, levando em consideração suas patologias de base. Por todo o momento de estadia de Waldemar Ruy dos Santos na unidade, a equipe assistencial prestou todas as orientações e esclarecimentos à Sra. Sandra, sua esposa, com relação às medidas terapêuticas tomadas.
O paciente apresentava oscilação comportamental, com momentos de agitação, confusão mental e agressividade. Além da medicação, para sua própria proteção, foi necessário também contê-lo na cama em alguns momentos, para evitar que ele retirasse seu cateter, sonda ou soro com os medicamentos”.
‘Ele pede para morrer’
Recentemente, Sandra dos Santos concedeu uma entrevista e contou que os médicos acreditam que a expectativa de vida de Asa Branca seria de apenas mais um mês.
“A médica disse: ‘talvez ele passe o Natal na sua casa, se a infecção ceder’. Ela disse: ‘na minha expectativa, ele tem mais um mês de vida'”, disse ela em entrevista ao programa ‘A Tarde É Sua’, da RedeTV!.
Sandra revela que o marido não aguentava mais o sofrimento e a convivência com as dores intensas, chegando a implorar pela morte.
“Ele não aguenta mais, ele mesmo já pede para morrer. Ele pede para Deus toda hora: ‘tira meu sofrimento, não aguento mais sofrer’. Espero que ele faça uma passagem com todos os espíritos protetores protegendo ele”, contou Sandra.
Seu estado de saúde não possuía mais reversão, sendo impossibilitada a realização de cirurgias ou quimioterapia.
“Os médicos disseram que a infecção dele está muito forte, tanto a pulmonar, que é a pneumonia, quanto o câncer. O câncer já tomou tudo, até a coluna cervical. A carótida dele está toda envolvida pelo câncer e para os médicos não tem mais o que fazer, agora a gente só espera a vontade de Deus, que Deus faça o que for melhor para ele”, explica ela.
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