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Homem negro morre após ser espancado por seguranças em unidade do Carrefour

Os dois agressores já foram presos; protestos devem ocorrer no local nesta sexta-feira

Um homem negro de 40 anos morreu na noite de quinta-feira (20) após ser espancando por um segurança e um PM temporário fora de serviço em uma unidade do supermercado Carrefour, em Porto Alegre. O caso ocorreu na véspera do Dia da Consciência Negra. As informações são do site UOL.

A vítima foi identificada como João Alberto Silveira Freitas. Ele teria discutido com um caixa do supermercado e foi conduzido para fora da loja até o estacionamento por um segurança.

Um cliente, que é policial militar temporário (contratado temporariamente para atividades administrativas) viu o que acontecia e decidiu acompanhar o deslocamento de João.

Para a polícia, uma funcionária do Carrefour que acompanhava João afirmou que ele desferiu um soco no PM temporário e em seguida, os dois homens começaram a agredi-lo para contê-lo.

“Eles (os agressores) chegaram a subir em cima do corpo dele, colocaram a perna no pescoço ou no tórax”, afirmou o delegado de plantão Leandro Bodoia.

Por conta desse detalhe, alguns internautas apontam muitas semelhanças com o caso de George Floyd, outro homem negro que foi sufocado até a morte por um policial nos Estados Unidos.

Nos vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver um dos homens dando socos na cara de João, enquanto que o outro tenta segurá-lo. Uma mulher que estava próxima assiste às agressões.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e a equipe médica chegou a fazer massagem cardíaca em João, mas ele não resistiu e faleceu.

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A mulher de João o acompanhava na loja e foi ouvida pela polícia. Ela afirmou que não presenciou as agressões do marido.

O PM temporário e o segurança foram levados para a delegacia e permaneceram em silêncio durante os depoimentos. Os dois continuam presos e devem responder por homicídio doloso.

“Informações que foram colhidas com a equipe de peritos desse caso e que não tem ainda o laudo concluído, apontam suposições sobre a causa da morte de que ele possa ter tido um ataque cardíaco em função das agressões e porque ele ficou custodiado com duas pessoas em cima. Talvez tenha sido essa a causa da morte”, disse a delegada Roberta Bertoldo.

Agora, a polícia aguarda o laudo pericial e imagens das câmeras de segurança do estabelecimento para prosseguir com a investigação.

Carrefour rompe contrato com empresa de segurança e fechará loja

Assim que o caso veio à tona, o Carrefour se manifestou por meio de nota. A rede afirmou que rompeu o contrato com a empresa de segurança e que em respeito ao falecimento de João, irá fechar a loja em questão.

“O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário”, afirmou.

O Carrefour também disse que lamenta profundamente o ocorrido e que já iniciou uma “rigorosa apuração interna” para entender o que aconteceu. Além disso, disse que “adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso.”

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“Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais”, concluiu a empresa.

Homenagem de torcida organizada e protesto

João fazia parte de uma torcida organizada do São José, clube de menor expressão de Porto Alegre, e foi homenageado por colegas.

A torcida organizada também convocou um protesto pelas redes sociais. Movimentos negros de Porto Alegre também irá fazer o mesmo.

Vale lembrar que esse já é terceiro caso de violência ocorrido em uma loja do Carrefour.

Em 2018, um cachorro foi morto por um segurança em uma loja da rede em Osasco, na Grande São Paulo. Já em agosto deste ano, no Recife, um funcionário passou mal e morreu dentro do estabelecimento. Para que não tivessem de fechar o local, os demais funcionários optaram por cobrir o corpo do homem com tapumes e guarda-sóis.

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Os dois casos geraram grande revolta entre internautas.

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