A emoção tomou conta da seleção argentina após o apito final e a certeza de que a equipe de Jorge Sampaoli está garantida na Rússia. Emocionado, o treinador comemorou a classificação, ao fim da vitória por 3 a 1 sobre o Equador, em Quito. O triunfo, com os três gols de Lionel Messi, assegurou os argentinos na Copa do Mundo do próximo ano.
“Me sinto feliz por ter compartilhado esse momento com o povo argentino. O mais importante é que os atletas decidiram o jogo e o mérito da classificação é totalmente deles”, disse o treinador.
Para Sampaoli, a vitória foi conquistada sem qualquer contestação. “A Argentina mostrou capacidade e autoridade alta. Fomos praticamente invencíveis. Lidamos bem com a atitude, gramado e mesmo com o gol sofrido logo no início, mostramos força.”
Contestado desde que assumiu a seleção, Sampaoli evitou falar do futuro. “É cedo para fazer autocrítica. Estou feliz pela classificação e temos uma série de coisas pela frente.”
O meia Enzo Pérez destacou a pressão que estava sobre os atletas. “Foi difícil. Sofremos de verdade. Só temos palavras de agradecimento para as nossas famílias, amigos e todos que torceram por nós. Pegamos a energia de todo e agora é comemorar.”
Agradecimentos a Messi
“Messi não deve um Mundial à Argentina. É o futebol que deve um Mundial à Messi”, disse Sampaoli ao agradecer a atuação de Messi, que alcançou uma espécie de redenção nesta noite.
Criticado ao longo de boa parte de sua passagem de 12 anos pela seleção, ele obteve um milagre particular em Quito. Não foi um título, não teve taça. Depois do choro convulsivo na decisão da Copa América do ano passado, na derrota por pênaltis para o Chile, quando amargou o terceiro vice-campeonato seguido, Messi saiu sorrindo do estádio de Quito. Não teve taça, mas foi quase um título.
A história de Messi na seleção é sofrida e merecia um capítulo feliz. Nas Copas do Mundo, ele perdeu em 2006, 2010 e 2014. Na Copa América, foram quatro decepções: 2007, 2011, 2015 e 2016. Os argentinos estavam ressabiados nesta temporada. Em 17 jogos das Eliminatórias, o time havia feito apenas 16 gols, o segundo pior ataque do torneio, à frente apenas da Bolívia.
Messi reescreveu toda a descrença e tirou todo o peso do país de seus ombros. Além disso, acabou com a sina de que ia mal na altitude – em cinco jogos, havia perdido três e empatado dois. Ainda não havia feito um gol como visitante nas Eliminatórias. Ele já havia jogada bem na partida contra o Peru, em casa, mas não marcou. Na noite desta terça-feira, encerrou o jejum atuando bem, armando e finalizando, exatamente como faz pelo seu clube, o Barcelona.
Maior artilheiro da seleção argentina, posto que alcançou na Copa América, ao marcar seu 55º gol, La Pulga mantém viva uma ambição pessoal: ganhar uma Copa do Mundo, brilhar com a camisa do seu país para alcançar o status de Maradona. Após a péssima fase, ele deu o primeiro passo nesta terça.
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